Adriano Maranhão, o primeiro português infetado com o novo coronavírus, recebeu no primeiro dia de março «o certificado para deixar o hospital» no Japão, depois de resultados dois negativos nas análises, segundo a mulher, Emmanuelle Maranhão. Aos amigos e ao povo português deixa uma mensagem de agradecimento profundo, mas é a mulher o alvo principal de um imenso obrigado público. «Eu amo-te. Caminharemos juntos até ao fim da nossa estrada», escreve Adriano Maranhão na mensagem que aqui deixamos na íntegra.

Adriano Maranhão agradece o apoio dos portugueses…

«Olá, amigos. Como devem ter percebido, já dei a noticia de que os dois testes [ao novo coronavírus Covid-19] deram negativos. Já tenho o certificado para deixar o hospital e tal é a minha felicidade que só agora vos pude comunicar que em breve estarei na Nazaré. Mas antes de chegar, deixem que vos agradeça a onda de amizade e a grandeza do nosso povo português, que esteve sempre do meu lado, que nunca me abandonou e que me apoiou.

… ao presidente da câmara da Nazaré e…

«Pois, a todos vocês, um grande abraço e um obrigado do fundo do coração. Não queria acabar sem deixar de agradecer a duas pessoas importantes neste processo. Ao Sr. presidente da Câmara [da Nazaré, Walter Chicharro], que esteve comigo desde a primeira hora, logo que soube que eu estava infetado com o coronavírus. É uma pessoa com um coração enorme. O que fez por mim e pela minha família foi de homem que sabe o que é o significado de família. A ele, um muito obrigado. Não poderia deixar de parte a pessoa mais importante deste tormento, a minha esposa. Porque sem ela nada disto teria acabado da melhor forma.

… principalmente a Emmanuelle, a mulher de «1.50 de altura»

«Ela tem 1.50 de altura, mas foi de uma grandeza tamanha em mover todas as peças importantes que conseguiu fazer chegar a sua voz aos quatro cantos do Mundo. Pois é. Ela chegou aí mesmo. Fui informado de que ela estava na comunicação internacional, pois, nesta semana de grande turbulência, conseguiu ser mãe e ser pai e ainda ir trabalhar. E como se nada a obrigasse, deu a ajuda fundamental ao marido, retido no navio, pedindo às nossas autoridades competentes que me retirassem. Foi uma lutadora. É claro que terei muito tempo para lhe agradecer por tudo o que fez por mim e pela nossa família, mas não queria deixar em branco: muito obrigado, mulher. Eu amo-te. Caminharemos juntos até ao fim da nossa estrada.»

Texto: Luís Martins | WiN; Fotos: D.R.

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