Camião do horror. Vietnamitas temem que filhos estejam entre os mortos
Várias famílias vietnamitas temem que os seus filhos estejam entre as 39 vítimas do camião encontrado na quarta-feira na zona do parque industrial de Waterglade em Grays, no condado de Essex, leste de Londres.
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Nguyen Dinh Gia, pai de um vietnamita de 20 anos, revelou hoje à agência France-Presse que recebeu um telefonema há dias em que lhe revelaram que o seu filho tinha morrido quando tentava chegar ao Reino Unido. O interlocutor, um desconhecido que falava em vietnamita, pediu perdão a Nguyen Dinh Gia, salientando que “algo inesperado tinha acontecido”.
“Eu desmaiei quando ouvi isso. Parece que meu filho estava no camião”, disse Nguyen à AFP.
Inicialmente, a polícia britânica anunciou que as 39 vítimas – 31 homens e 8 mulheres – eram chinesas, mas surgiram dúvidas e um porta-voz disse na sexta-feira que a situação poderia mudar devido ao processo de identificação das vítimas.
De acordo com Nguyen Dinh Gia, o seu filho tinha-lhe contado há duas semanas que planeava ir para o Reino Unido. Nguyen Dinh Luong, de 20 anos, procurava trabalho num salão de beleza e teve de pagar cerca de 12.000 euros pela viagem. Deixou Paris a 21 de outubro cerca das 15h00, dois dias antes da descoberta, segundo informações recebidas pelo pai.
Outra família do centro do Vietname disse também à AFP temer que a sua filha esteja entre as vítimas encontradas no camião. As duas famílias são de Ha Tinh, uma região pobre do Vietname central, da qual muitos migrantes partem.
Muitos passam pela Rússia ou China, com passaportes falsos e essa viagem pode custar até 36.000 euros. Os 39 corpos foram encontrados na manhã de quinta-feira numa área industrial de Grays, cerca de 30 quilómetros a leste de Londres.
A polícia de Essex anunciou sexta-feira a prisão de três novas pessoas, depois da do motorista do caminhão, por tráfico de seres humanos e homicídios.
A polícia já deteve o motorista do camião, um cidadão da Irlanda do Norte de 25 anos, suspeito de homicídio, e duas outras pessoas – um homem e uma mulher, ambos com 38 anos e residentes em Warrington (noroeste de Inglaterra) – suspeitas de “assassínio” e “conspiração para traficar pessoas”.
Os 39 cadáveres foram transferidos para o hospital de Broomfield, na cidade de Chelmsford, para serem autopsiados. O processo de identificação dos mortos irá começar assim que se concluir a análise forense.
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