Presidente dos EUA mantém silêncio sobre protestos universitários

O presidente dos EUA, Joe Biden, permanece em silêncio sobre os protestos estudantis e as repressões policiais nas universidades norte-americanas, enquanto os republicanos procuram usar a situação como arma de campanha eleitoral.

Presidente dos EUA mantém silêncio sobre protestos universitários

A tensão nas universidades dos EUA aumenta de tensão há alguns dias, à medida que alguns manifestantes se recusam a remover os acampamentos e os administradores recorrem às autoridades para libertá-los pela força, conduzindo a confrontos físicos.

Contudo, o último comentário público de Biden sobre o tema ocorreu há mais de uma semana, quando condenou os “protestos antissemitas” e “aqueles que não entendem o que está a acontecer com os palestinianos”.

A Casa Branca – que tem sido alvo de perguntas dos repórteres – foi apenas um pouco mais longe do que o presidente.

Na quarta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca Karine Jean-Pierre disse que Biden está a “monitorizar a situação de perto”, acrescentando que algumas manifestações ultrapassaram a linha que separa a liberdade de expressão do comportamento ilegal.

“Tomar um edifício à força não é uma ação pacífica”, esclareceu a porta-voz, referindo-se ao que sucedeu nos últimos dias na Universidade de Columbia, em Nova Iorque.

Apesar das críticas da Casa Branca e da recusa de Biden em responder às exigências dos manifestantes para cortar o apoio dos EUA a Israel, os republicanos culpam os democratas pela desordem e usaram-na como pano de fundo para conferências de imprensa, já a pensar nas eleições presidenciais de novembro próximo.

“Precisamos que o presidente dos Estados Unidos fale sobre o assunto e diga que isto está errado”, defendeu o presidente republicano da Câmara de Representantes do Congresso, Mike Johnson, na terça-feira.

Johnson visitou a Universidade de Columbia com outros membros da sua bancada na semana passada.

Os republicanos do Congresso discutiram com os manifestantes enquanto falavam aos meios de comunicação social na Universidade George Washington, em Washington, na quarta-feira.

O ex-presidente Donald Trump, que deverá ser candidato nas eleições presidenciais, também criticou Biden, numa entrevista televisiva.

“Biden tem de fazer alguma coisa. (…) Biden deve ser a voz do nosso país, e certamente não é uma grande voz. É uma voz que ninguém ouviu”, disse Trump, repetindo críticas que tinha feito num evento de campanha em Waukesha, Wisconsin.

“Os extremistas radicais e agitadores de extrema-esquerda estão a aterrorizar os universitários, como vocês possivelmente notaram. E Biden não foi encontrado em nenhum lugar”, denunciou o ex-presidente republicano.

Kate Berner – que foi vice-diretora de comunicações da campanha de Biden, em 2020 – disse que os republicanos já tentaram a mesma tática há quatro anos, durante protestos contra o assassinato do afro-americano George Floyd, asfixiado até á morte quando estava detido por agentes policiais.

Além de condenar o antissemitismo, a Casa Branca tem-se mostrado relutante em abordar diretamente a questão.

Questionada sobre se os manifestantes deveriam ser disciplinados pelas suas escolas, a porta-voz da Casa Branca disse que “as universidades e faculdades tomam as suas próprias decisões”, recusando-se a comentar o tema.

Pressionada sobre se a polícia deveria ser chamada, Karine Jean-Pierre respondeu que “isso cabe às faculdades e universidades”.

Biden fará uma visita a um ‘campus’ universitário em 19 de maio, quando deverá fazer o discurso de formatura na Universidade Morehouse, em Atlanta.

RJP // APN

By Impala News / Lusa

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