São João no Porto avança mas sem concertos e fogo-de-artificio
O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, disse hoje que a festa do “São João haverá sempre” e que vão ser criadas três zonas de diversões, mas sem concertos na avenida e fogo-de-artifício, devido à covid-19.
O presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, disse hoje que a festa do “São João haverá sempre” e que vão ser criadas três zonas de diversões, mas sem concertos na avenida e fogo-de-artifício, devido à covid-19.
“São João haverá sempre. Na noite de 23 para 24 [de junho] é São João no Porto. Aquilo que a Câmara permitiu, com o parecer das autoridades de saúde, foram três zonas de diversões, onde as pessoas podem ir em condições consideradas de total segurança por parte da Direção-Geral [da Saúde]”, explicou o autarca aos jornalistas, no final da reunião pública do executivo camarário.
O autarca assume que estas medidas adotadas para os festejos do São João na cidade são importantes para setores que estão parados há meses, mas também para as famílias.
“É importante para a indústria dos divertimentos que há ano e meio que não fatura um tostão, é importante também para as famílias que têm crianças e que as querem levar lá e outros que querem ir lá comer uma fartura. Isso vamos ter”, garantiu Rui Moreira.
O presidente da CMP anunciou que não se vão realizar algumas das habituais iniciativas inseridas nos festejos do São João do Porto, admitindo não saber como é que as pessoas se vão comportar.
“Não vai haver concertos na avenida, não vai haver fogo-de-artifício. Como é que as pessoas vão andar? Não faço ideia. E quando houver ajuntamentos? Se é a PSP que tem de intervir, que intervenha. Não me peçam para dizer o que vai suceder ou não. Lembro-me que no ano passado as pessoas ficaram basicamente em casa, acho que este ano vai haver mais pessoas na rua”, declarou Rui Moreira.
O autarca pediu ainda para que não se critique a PSP.
“Se amanhã todos os portuenses resolverem ir para a rua no São João, só num estado policial é que era possível impedi-los. A polícia não serve para isso. A ideia de que a polícia pode reprimir o comportamento generalizado dos cidadãos é uma visão fascista. Não tenho uma visão fascista. A polícia deve reprimir aquilo que são os comportamentos excecionais de cidadãos que não se conformam com a ordem. Não pode, naturalmente, reprimir se toda a gente vier para a rua”, advertiu Rui Moreira.
O presidente da autarquia assumiu também a sua “perplexidade” perante algumas das medidas anunciadas pelo Governo para combater a covid-19.
“Todos nós hoje vivemos com enorme perplexidade relativamente às medidas que um dia nos são anunciadas, às previsões que nos são feitas. Todos nós. Digam-me quem é que não sente total perplexidade com a ideia de que nós vamos ter de ir de máscaras para a praia. Ninguém entende. Não consigo explicar à minha neta porque é que ela para ir à praia tem de ir de máscara”, criticou Moreira.
Para o autarca, é preciso que, “por uma vez, os políticos decidam qualquer que seja o parecer das entidades públicas” quanto às medidas sanitárias para conter a doença.
“Tem de ser uma decisão política, tem de haver uma cadeia de controlo e tem de haver ordens. E já agora, é confrontar os especialistas. Se querem ser governados por especialistas, tenho a certeza absoluta do que é que vai acontecer: quando chegarmos lá para setembro temos o país completamente falido, temos o país totalmente desempregado, e depois esses especialistas não vão resolver o problema”, avisou Rui Moreira.
Já hoje, a Associação de Comerciantes do Porto defendeu que os festejos do São João não devem ser proibidos, mas sim limitados no número de pessoas nas festas locais, porque a população ainda não está toda vacinada contra a covid-19.
Em entrevista telefónica à agência Lusa sobre os festejos do S. João no Porto, a festa da cidade que se comemora na noite de 23 para 24 junho, o presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Joel Azevedo, defendeu que o evento não dever ser proibido, nem bloqueado.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.543.125 mortos no mundo, resultantes de mais de 170,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.025 pessoas dos 849.093 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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