Bruno de Carvalho: “Se me quiserem expulsar, que expulsem”
O antigo presidente do Sporting Bruno de Carvalho disse hoje existirem quatro medidas preparadas pela atual direção do clube a favor da sua expulsão de associado, numa votação que decorre no sábado, em assembleia geral.
Em sessão de esclarecimentos num hotel de Lisboa, acompanhado por Alexandre Godinho, cuja expulsão de sócio também será levada a escrutínio, Bruno de Carvalho enumerou quatro medidas “anti-Bruno”, acusando a “ilegalidade” da assembleia geral, a falta de supervisão e controlo na contagem dos votos, dezenas de sócios antigos programados para votar “sem terem conhecimento” e um novo processo de expulsão ligado à invasão de Alcochete, caso os sócios decidam pela sua permanência.
“Se não formos expulsos amanhã [sábado], está preparada outra palhaçada para o sermos. A AG não cumpre com os estatutos do clube nem com a Constituição Portuguesa. O artigo 32º da Constituição diz que o arguido tem direito a defender-se previamente, mas o julgamento irá começar com a votação na assembleia geral”, sublinhou.
O ex-líder ‘leonino’ confirmou que não irá marcar presença na assembleia geral, apesar de lhe terem sido concedidos 15 minutos para discursar, e criticou duramente a atual direção do Sporting, encabeçada por Frederico Varandas, que afirma ser “responsável” pela instabilidade do clube.
“Sinto vergonha pelo presidente atual e restantes órgãos sociais que, após um ano, são incapazes de perceberem a situação e identidade do clube. Fazem o que querem, não querem saber da lei, falam com postura arrogante e todos permitem. Com a nossa presença, não vamos estar a validar uma irregularidade pura. Não é importante estarmos lá”, contestou.
Bruno de Carvalho também se dirigiu aos sócios dos ‘leões’, criticando a sua inércia e apelando a que, na assembleia geral, votem pelo Sporting e não por ele.
“Se me quiserem expulsar, que expulsem, mas não é assim que o Sporting irá melhorar. O que está em jogo não são as nossas expulsões, mas sim se o Sporting quer seguir o rumo da inércia, de não cumprir com leis e numa ditadura de terror. Talvez a atual presidência seja digna da qualidade dos associados do Sporting”, disse.
Presidente do clube ‘leonino’ entre março de 2013 e junho de 2018, Bruno de Carvalho pediu desculpa por ter tentado servir o Sporting “da melhor maneira possível” e de ter “lutado contra o sistema”.
“Peço desculpa por ter feito o melhor possível para o Sporting. Fui contra entidades com quem lutei sem me proteger, a favor dos interesses superiores do Sporting. Ainda me perseguem, mas estou de pé. Abdiquei da minha vida para servir o Sporting, foi o que sempre sonhei e quis. Avisei os sportinguistas, fui atacado por todos. Não lamento o meu trabalho, mas ter ido para o Sporting não foi bom para a minha vida. Tinha paz e perdi tudo isso”, lamentou.
Bruno de Carvalho afirmou que, caso seja expulso, não o irão calar, e que, atualmente, está mais focado no processo da invasão de alguns elementos da claque Juventude Leonina à academia do clube, em Alcochete, no qual é arguido.
“Não é por me expulsarem que me calarão. Desengane-se aquele que pense que esta assembleia geral servirá para me tirar a liberdade de expressão. O processo de Alcochete, no qual enfrento calúnias gravíssimas, é muito mais importante para a minha vida. Estou mais focado em libertar-me de uma mentira e em processar as pessoas que me acusam disso”, afirmou.
A assembleia geral do Sporting que poderá ditar, ou não, as expulsões de Bruno de Carvalho e Alexandre Godinho da condição de sócios do clube está marcada para sábado, com início às 14:30.
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