Canoagem “farta de palmadinhas nas costas” quer maior financiamento público

A canoagem portuguesa diz estar “farta de palmadinhas nas costas” pelos seus “inúmeros sucessos”, com a federação a pretender ver os seus resultados internacionais reconhecidos ao nível do financiamento público e apoio privado.

Canoagem

“Mais uma vez, a canoagem mostrou estar à altura de honrar o desporto português, mas seguramente estamos fartos de palmadinhas nas costas e temos um elevado sentimento de ingratidão por existir alguma falta de reconhecimento, em termos de financiamento”, criticou, à Lusa, o presidente da federação, Vítor Félix. O dirigente falava no fim dos Mundiais do Canadá, nos quais Portugal classificou todos os canoístas no top-10 e conquistou quatro medalhas, “algo que dificilmente outra modalidade em Portugal consegue”. “Somos apenas a 13.ª federação no ranking para o alto rendimento [ao nível do financiamento]. Ano após ano reivindicamos, mas não temos feedback de quem tutela o desporto em Portugal para que essa situação possa ser invertida”, insurgiu-se, referindo-se aos critérios do IPDJ.

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Fernando Pimenta, em K1 1.000 metros e em K2 500 misto com Teresa Portela, conquistou a prata em Halifax, o limiano garantiu ainda o bronze em K1 500 metros, tal como Norberto Mourão na classe adaptada de VL2. “Temos um orçamento muito abaixo das nossas expectativas e queremos fazer muito mais. Está provado que com poucos recursos conseguimos fazer muito, mas queremos mais. Somos uma federação muito ambiciosa com uma geração de atletas fantástica como se comprovou agora nos mundiais”, desabafou. Vítor Félix ilustrou com o exemplo da federação ter sido “forçada a trazer apenas” nove canoístas ao Canadá — dois dos quais, da paracanoagem — quando daqui a duas semanas vão ser 23 nos Europeus de Munique.

“Temos um orçamento muito abaixo das nossas expectativas e queremos fazer muito mais”

“Claro que quando o dinheiro é pouco e temos de andar constantemente com a máquina de calcular na mão, temos de fazer opções. Claro que para um mundial fora da Europa tivemos de deixar outros atletas de fora, ficaram em casa. Viemos com uma equipa muito pequena, mas cheia de ambição”, reforçou. O dirigente elogiou os resultados da equipa, a “geração de ouro da canoagem”, à qual pretende dar continuidade, algo que não se faz sem investimento. “Ambicionamos sempre mais e queremos ver reconhecido de uma vez por todas o nosso financiamento para assegurar que esta geração que é a melhor de sempre possa ter sucessores à altura e para que o futuro da canoagem portuguesa esteja garantido”, concluiu.

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