Diogo Ribeiro promete trabalhar para tentar a medalha em Paris2024

O nadador Diogo Ribeiro, vice-campeão mundial nos 50 metros mariposa, aterrou hoje em Portugal com a sua inédita medalha ao peito e com o sonho de conquistar um novo metal nos Jogos Olímpicos Paris2024.

Diogo Ribeiro promete trabalhar para tentar a medalha em Paris2024

“Estou superfeliz, como é obvio. Consegui esta medalha para Portugal e para o Benfica. É motivo de honra para mim e espero continuar a poder dar estas alegrias a Portugal”, disse Diogo Ribeiro, nervoso perante a ‘multidão’ de jornalistas que o esperava no Aeroporto de Lisboa. “Estou aqui a tremer um bocadinho. Não estou habituado a isto.”

Oito dias depois de tornar-se no primeiro nadador português a conquistar uma medalha em Mundiais, ao ser prata nos 50 mariposa do Campeonato do Mundo de Fukuoka, no Japão, o jovem, recordista mundial júnior da distância, destacou o facto de ter feito história, “agora nos palcos absolutos, com os mais velhos”.

“Tenho 18 anos, poder dar estas alegrias a Portugal e saber que terei ainda bastantes anos daqui para a frente – espero eu – é desafiante para mim e espero também estar a conseguir dar força aos mais novos para os seus sonhos”, notou.

O feito do nadador de Coimbra, já apurado para os Jogos Olímpicos Paris2024 (50 livres, 100 livres, 100 mariposa), aconteceu logo na estreia em Mundiais sénior, com Ribeiro a fazer história ao conseguir o que Portugal nunca tinha alcançado: um pódio em Mundiais de natação.

A segunda medalha de Diogo Ribeiro em competições seniores, depois de ter sido terceiro nos Europeus de 2022, em Roma, na mesma distância, é um sonho que o faz sonhar ainda mais alto, como o próprio admitiu hoje.

“Uma medalha em absolutos nuns Jogos Olímpicos, como num Mundial ou Europeu, vai ser sempre um sonho. Já consegui [num] Europeu e Mundial, mas qualquer outra que venha vai continuar a ser um sonho”, completou.

O nadador do Benfica preferiu, contudo, ser cauteloso quanto a expectativas a curto prazo, preferindo não assumir uma candidatura às medalhas em Paris2024 – até porque a distância em que é vice-campeão mundial não é olímpica. “Vamos ver. Vou trabalhar para isso, não quero estar a dizer essas coisas agora também. Se puder chegar ao ouro um dia, é o sonho”, afirmou.

Com novos Mundiais de natação a seis meses de distância – decorrem entre 2 e 18 de fevereiro em Doha, no Qatar –, Ribeiro vai procurar “tentar não correr tantos riscos logo no início, nas eliminatórias e meias-finais, tentar fazer provas mais limpas”.

“Tive a felicidade de correr bem depois na final e estou supercontente por isso. Consegui melhorar o que falhei na meia-final e nas eliminatórias. É tentar ganhar mais competitividade, e competir com a malta mais velha no internacional para conseguir chegar a estas competições e não ser tão uma surpresa. Já ir para lá a pensar que posso fazer finais com eles e medalhas”, avançou.

Agora, o jovem vai entrar de férias e ‘desligar-se’ temporariamente das piscinas. “Quando fico de férias, não penso mais em natação. Claro que a medalha vai ficar aqui alguns dias, meses, anos até, mas em termos de natação, vou parar mesmo. Piscina não dá mais”, brincou.

A acompanhá-lo na delegação que esteve em Fukuoka e aterrou hoje em Lisboa estava o selecionador nacional, o brasileiro Alberto Silva, que se mostrou satisfeito com a prestação portuguesa no Japão.

“Apontamos sempre mais para cima, mas estou muito satisfeito. Ele [Ribeiro] realizou tempos todas as vezes melhores do que o mínimo para os Jogos, numa competição difícil, que não é só o que ele treinou. Há também o lado emocional, é o mundo todo querendo uma vaga na final […] Com o Diogo, fica a sensação de que quero mais, mas ele tem 18 anos, acho que ainda vai trazer muita coisa boa para Portugal”, enalteceu.

O selecionador nacional mostrou-se ainda confiante de que o contingente da natação em Paris vai ser superior aos quatro apurados neste momento: Diogo Ribeiro, Miguel Nascimento (50 livres), João Costa (100 costas) e Camila Rebelo (200 costas).

“É ter calma”, defendeu, antes de admitir que gostaria que o Aeroporto de Lisboa fosse demasiado pequeno para receber Ribeiro quando o jovem do Benfica regressar dos Jogos Olímpicos.

“Projetar algo assim, é jogar muita pressão para ele. Acho que ele está no bom caminho. Ele está ali entre os 10, 12, 14 do mundo em três provas olímpicas, então acho que ele entrando numa final melhoraria o tempo de novo”, concluiu.

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