O que dizem os especialistas sobre a expulsão de Helton Leite na Taça de Portugal
Saiba o que consideram os especialistas em arbitragem com opinião nos jornais desportivos nacionais sobre a amostragem do cartão vermelho direto a Helton Leite.
A expulsão de Helton Leite, guarda-redes do Benfica, foi “injusta”, na opinião de Pizzi, capitão encarnado, e de Jorge Jesus, treinador das águias. O lance foi capital para o desenrolar da final da Taça de Portugal, conquistada neste domingo pelo Sporting de Braga. Na imprensa desportiva desta segunda-feira, a análise à decisão do árbitro Nuno Almeida não é consensual. No A Bola, Duarte Gomes considera que a expulsão direta é errada.
Para o ex-árbitro internacional, a verdade do lance da expulsão de Helton Leite é “discutível, mas aceitável do ponto de vista técnico”. Explica Duarte Gomes que a expulsão “decorreu de uma intervenção da equipa de arbitragem (não passível de intervenção do VAR, por não haver erro claro e óbvio)”. Aceitável porque “o contacto entre o guarda-redes do Benfica e Abel Ruiz existiu mesmo (pé esquerdo no pé esquerdo e braço no braço), mas foi ténue e não ficou claro que se foi ou não suficiente para derrubar” o avançado bracarense.
A cor do cartão “baseou-se na premissa de que o espanhol ficaria com clara possibilidade de marcar”. “Essa leitura nunca será consensual, porque a bola foi desviada claramente na direção da linha lateral e levava velocidade. Ainda assim, é impossível fala em erro da equipa de arbitragem. Do nosso lado, fica apenas a opinião de que este tipo de decisões – as que têm impacto nas equipas e no decorrer do jogo – só devem acontecer quando há certezas inequívocas de quem são bem tomadas. O árbitro teve-as. Nós não.”
Expulsão de Helton Leite sem unanimidade no O Jogo
No chamado Tribunal o Jogo, de O Jogo, não há unanimidade. Jorge Coroado critica a expulsão, mas José Leirós e Fortunato Azevedo aplaudem-na. Para Coroado, que qualifica Nuno Almeida como um árbitro “sempre fraco”, a prestação na final da Taça confirmou “a incompetência” do juiz da AF do Algarve. A “decisão errada” no lance da expulsão, houve “precipitação com influência” na partida. “Helton Leite nem falta faz. Mas, a acontecer, o cartão adequado seria o amarelo, por não se encontrarem preenchidos os requisitos para o cartão vermelho.
Pelo contrário, Leirós observou que Helton Leite “derrubou deliberadamente” Ruiz, “cortando uma clara oportunidade de golo”. “Sem este derrube, o bracarense ficava isolado, com a bola controlada e a baliza à sua mercê.” Azevedo concorda com este juízo. “Com o pé esquerdo”, Helton Leite “atingiu o pé” do atacante do SC Braga, “para além de ter utilizado o braço, derrubando” o adversário, “anulando uma clara oportunidade de golo”. “Assim, a expulsão está em conformidade com o que determina a Lei 12.ª.” Para José Leirós e Fortunato Azevedo, Nuno Almeida “mereceu a nomeação e esteve quase sempre bem”. “Tecnicamente decidiu quase sempre bem, mas no plano da disciplina foi demasiado condescendente para com os derrotados.”
Em Casos Record, do Record, a decisão tomada pelo árbitro Nuno Almeida na final da Taça aos 17 minutos de jogo foi “exagerada”. Tanto Jorge Faustino quanto Jorge Ferreira considerariam justo a exibição de cartão amarelo, e não vermelho. Faustino aceita que “Ruiz foi tocado, parecendo haver aproveitamento para se deixar cair”. Aceita a falta, mas assinala que “a bola foi desviada com alguma velocidade para a zona lateral da área, onde não era claro que [o atacante bracarense] pudesse marcar [golo]”. Por isto, vaticina que a amostragem de cartão “amarelo seria mais acertada”. Ferreira aceita igualmente o derrube, “impedindo uma jogada prometedora”. Só que “o avançado devia a bola da zona de perigo” e, por esse motivo, o livre direto “é bem assinalado”, mas o cartão vermelho “é mal exibido”.
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