Rui Costa ciente “da responsabilidade” ao assumir presidência do Benfica
Rui Costa, que assumiu a presidência do Benfica, após Luís Filipe Vieira ter suspendido o mandato, disse que está ciente da “responsabilidade” e do que os benfiquistas esperam de si.
Rui Costa, que assumiu a presidência do Benfica, após Luís Filipe Vieira ter suspendido o mandato, face ao processo ‘Cartão Vermelho’, disse hoje que está ciente da “responsabilidade assumida” e do que os benfiquistas esperam de si. “Assumo esta liderança com o mesmo orgulho, a mesma paixão e compromisso com que vesti a camisola do nosso Benfica. Decidi fazer a minha apresentação, enquanto presidente, no meio do relvado, onde com a nossa camisola vivi os momentos mais felizes da minha vida. Sei da responsabilidade que hoje assumo e o que os benfiquistas esperam de mim, de quem está nesta posição. Tudo farei e tudo darei de mim para que o clube seja cada vez maior”, explicou Rui Costa, durante uma declaração sem direito a perguntas da comunicação social, no relvado do Estádio da Luz, em Lisboa.
Rui Costa vai assumir a presidência da Administração da SAD do Benfica, em substituição de Luís Filipe Vieira, que pediu a suspensão de funções por estar a ser investigado no processo ‘cartão vermelho’, informou hoje a sociedade. “Durante esse período de suspensão, (…) desempenhará as funções de presidente do Conselho de Administração Rui Manuel César Costa, até agora vogal do Conselho de Administração, mantendo o Conselho de Administração todas as suas atribuições e competências nos termos previstos na lei e nos estatutos”, anunciou a SAD ‘encarnada’.
Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a sociedade do clube lisboeta revela que o Conselho Fiscal suspendeu Luís Filipe Vieira, “na sequência de um pedido que lhe foi dirigido pelo mesmo, tendo em consideração que se encontra em curso um inquérito no âmbito de uma investigação criminal que o envolve e no contexto da qual foi detido”.
“Em conformidade, com efeitos imediatos e por prazo indeterminado, nos termos previstos na lei, encontram-se suspensos todos os poderes, direitos e deveres do presidente do Conselho de Administração, Luís Filipe Vieira, exceto os deveres que não pressuponham o exercício efetivo de funções”, precisa o comunicado. A informação prestada ao regulador do mercado surge após uma longa reunião da Direção do Benfica, da qual resultou a nomeação, por unanimidade e com efeitos imediatos, de Rui Costa – que ocupava o cargo de vice-presidente – para a presidência do clube, também em substituição de Luís Filipe Vieira.
A sociedade informou ainda que vai solicitar a aprovação da CMVM para a realização de uma adenda ao prospeto relativo à subscrição de obrigações, aprovado em 01 de julho de 2021, no âmbito do empréstimo obrigacionista designado ‘Benfica SAD 2021-2024’. “Nos termos já previstos nesse prospeto, conforme vier a ser alterado pela mencionada adenda, os investidores que já tenham transmitido as suas ordens de subscrição poderão revogá-las ou modificá-las até 16 de julho de 2021 ou até três dias após a data de aprovação da adenda, caso esta venha a ser aprovada após 13 de julho de 2021”, assinalou.
Discurso completo de Rui Costa ao assumir presidência do Benfica
Luís Filipe Vieira, de 72 anos, é uma das quatro pessoas detidas, sob suspeita de estar envolvido em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. O empresário comunicou hoje a suspensão do exercício de funções como presidente do Benfica, “com efeitos imediatos”, por intermédio do seu advogado, à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde aguardava para ser presente a primeiro interrogatório judicial, no âmbito da operação ‘cartão vermelho’.
Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”. Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como ‘o rei dos frangos’.
Siga a Impala no Instagram