Villas-Boas reitera críticas pela demora na transição da SAD
A demora na transição de poderes na FC Porto SAD foi hoje novamente criticada por André Villas-Boas, recém-empossado como 34.º presidente da história do clube ‘azul e branco’, 10 dias depois de derrotar Pinto da Costa nas eleições.
“30 ou 31 de maio é tarde [para efetivar a mudança]. Queremos fazer tudo para que seja uma transição suave. A verdade é que os sócios ditaram uma mudança, que tem de ser respeitada. Se a mesma pudesse ser abreviada com um sentido de responsabilidade por parte das pessoas, melhor. Não posso fazer mais nada. Cabe aos próprios decidirem por sua conta”, apontou o antigo treinador da equipa de futebol portista, em declarações aos jornalistas, logo após a cerimónia da tomada de posse, no Estádio do Dragão, no Porto.
Eleitos em 27 de abril, com uma vitória expressiva da lista B no sufrágio mais participado da história do clube, os novos corpos gerentes do clube consumaram a sua entrada em funções para o quadriénio 2024-2028, numa sessão terminada com o discurso de Villas-Boas, que solicitou uma rápida renúncia dos administradores da SAD aos atuais cargos.
“É uma situação muito sensível. O tempo urge, pois existem decisões fundamentais para serem tomadas e houve exemplos no futebol nacional de que uma situação destas não é benéfica para ninguém. A renúncia facilitaria os processos de decisão da direção e seria um ponto de referência para os funcionários, que estão entre o presidente do clube e um outro presidente da SAD, com a importância histórica que Pinto da Costa tem”, assumiu.
No sábado, o FC Porto tinha apontado para hoje a cooptação de José Pereira da Costa, administrador financeiro proposto pela lista de André Villas-Boas, que deveria preencher uma vaga em aberto na administração, cenário rejeitado horas depois pelo ex-treinador.
“O acesso à documentação não tem sido um problema. Agora, ninguém se juntará a um conselho de administração que não renuncia sem ter total controlo e poder de veto. Isso está fora de questão e já demos a entender através dos nossos advogados que apenas aceitaríamos cooptar o José Pereira da Costa ou outro dos nossos vice-presidentes num sentido de ter total liberdade de poder e de veto sobre a comissão executiva”, observou.
Em face dos prazos impostos pelo Código das Sociedades Comerciais e pelo Código do Mercado dos Valores Mobiliários, apenas depois da tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube é que poderá ser agendada a convocação de uma Assembleia Geral de acionistas, com 21 dias de antecedência mínima, para a investidura da nova composição da SAD, que tem sob sua alçada a administração do futebol profissional ‘azul e branco’.
“Isso não será impeditivo para iniciar as reuniões que teremos de fazer. Amanhã [quarta-feira] ou quinta-feira, deslocar-me-ei ao Olival para fazer a apresentação da nova direção aos jogadores e começar a construção do futuro do clube”, direcionou André Villas-Boas.
O líder da Mesa da Assembleia Geral da SAD, José Lourenço Pinto, vai ter 15 dias para divulgar a convocatória da tomada de posse dos novos órgãos sociais, mas o prazo de antecedência mínima para a realização da sessão e a inexistência de renúncias na atual administração deverá impedir a transição de poderes antes da final da Taça de Portugal.
O FC Porto tentará uma terceira conquista seguida da prova em 26 de maio, no Estádio Nacional, em Oeiras, ao defrontar o recém-campeão nacional Sporting, tendo Pinto da Costa revelado hoje que acompanhará de forma simbólica o jogo no banco de suplentes.
“Não está nem nunca estará em causa a presença histórica do [agora antigo] presidente nessa final da Taça de Portugal, pois sei muito bem o que ele representa para todos e a sua presença é um sentimento de força, sobretudo para a equipa”, assumiu Villas-Boas.
O antigo treinador tornou-se o 34.º presidente da história do FC Porto em 27 de abril, ao totalizar 21.489 votos (80,28%) para se superiorizar nas eleições dos órgãos sociais dos ‘dragões’, quebrando uma sequência de 15 mandatos e 42 anos de Pinto da Costa, que acumulou 5.224 (19,52%), com o empresário e professor Nuno Lobo a somar 53 (0,2%).
O ato eleitoral mais concorrido de sempre do clube contou com a participação de 26.876 associados no Estádio do Dragão, tendo havido também 73 votos em branco e 37 nulos.
A investidura de André Villas-Boas, de 46 anos, implica o fim do ‘reinado’ presidencial de Pinto da Costa, de 86 anos, que tomou posse pela primeira vez em 23 de abril de 1982, tornando-se, desde então, o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
Ao longo de 15.355 dias, e entre todos os escalões, o FC Porto arrebatou 2.591 títulos em 21 modalidades – 68 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.
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By Impala News / Lusa
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