A resistência antimicrobiana é uma das principais causas de morte no mundo
África Subsaariana ocidental, por exemplo, teve as maiores taxas de mortalidade: 114,8 mortes por 100 mil pessoas associadas à resistência bacteriana aos antimicrobianos.
Não é difícil lembrar das aulas de biologia dadas ainda na escola e a explicação sobre a necessidade de realizar um tratamento completo com antibióticos. Desde os primórdios, a educação biológica busca demonstrar os perigos de contribuir para a resistência bacteriana e, infelizmente, mesmo assim, este é, atualmente, um dos problemas mais graves enfrentados pela ciência mundial.
Somente em 2019, a resistência bacteriana causou cerca de 1,27 milhão de mortes diretamente e 4,95 milhões indiretamente. Imagine o desafio para os médicos e para os pacientes. O tratamento de uma doença bacteriana que não responde aos medicamentos conhecidos pela medicina mais avançada que existe, é algo grave e preocupante.
Um outro ponto a ser levado em consideração, é que as bactérias que estão adquirindo resistência são velhas conhecidas da medicina como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus aureus. Além disso, há um destaque para a resistência a duas classes de antibióticos, beta-lactâmicos, que incluem penicilina e fluoroquinolonas, que estavam por trás de mais de 70% das mortes causadas por resistência. Imagine o caos instalado em um hospital, por exemplo, que naturalmente, está repleto de pessoas com a imunidade danificada.
Também podemos apontar que fatores socioeconómicos são vitais para a manutenção de uma boa infraestrutura de saúde. A África Subsaariana ocidental, por exemplo, teve as maiores taxas de mortalidade: 114,8 mortes por 100.000 pessoas associadas à resistência bacteriana aos antimicrobianos.
Portanto, a melhora do cenário só será possível com a união entre políticas de educação, conscientização, saúde e economia. Ou seja, devemos limitar o uso de antibióticos para evitar o estímulo à resistência, é necessário fortalecer o entendimento da biologia para as massas e promover uma melhor infraestrutura para os países mais necessitados, afinal, em um mundo globalizado, a saúde não é uma questão individual e sim coletiva.
Fabiano de Abreu Rodrigues, filósofo e cientista
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