Estudo confirma que exames de sangue podem detetar distúrbios mentais

Um estudo realizado na Austrália revela relação entre biomarcadores possíveis de identificação via exame de sangue e distúrbios psiquiátricos.

Estudo confirma que exames de sangue podem detetar distúrbios mentais

A ciência está em constante evolução, sempre com base por estudos que cada vez mais se aprofundam nas nuances e interconexões do nosso organismo, nos últimos dias um novo estudo apontou que distúrbios mentais podem ser identificados via exame de sangue, confirmando a abordagem apresentada por mim em 2020, no estudo ‘Psicoconstrução – A arquitetura da mente humana: da memória, passando pela hipófise protegida pelo esfenóide, até o eva mitocondrial’.

No estudo que publiquei, são apresentadas algumas relações entre partes físicas do corpo e nossa mente, além de ressaltar a complexidade do corpo humano e a forma como o sistema nervoso se interliga com as demais estruturas do corpo desde a sua concepção até o seu desenvolvimento. O conceito é simples, a presença de transtornos mentais está ligada com a presença de diversos biomarcadores RNA e alterações bioquímicas e moleculares, e a identificação dessas alterações – estima-se que existam mais de dois milhões – podem revelar a presença dos transtornos psiquiátricos.

Análises clínicas atrasam diagnóstico

No mesmo estudo, sugiro a realização de exames de sangue e/ou genéticos como forma de detecção mais abrangente desse tipo de condição mental envolvendo todas as nuances do problema e assim traçar tratamentos mais assertivos, sendo capaz de detectar transtornos psiquiátricos através da identificação de biomarcadores. Normalmente, o diagnóstico desse tipo de distúrbio é baseado quase que exclusivamente em análises clínicas, o que pode gerar conclusões subjetivas e atrasar o diagnóstico, mas a identificação desses biomarcadores pode facilitar e tornar mais assertiva a detecção de transtornos psiquiátricos.

As novas conclusões foram apresentadas pelo atual estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Newcastle, na Austrália, reforçam a existência de biomarcadores que podem ser localizados no sangue e que possuem relação causal com transtornos psiquiátricos, abrindo margem para uma nova abordagem no tratamento desses transtornos, através do tratamento direcionado para esses traços bioquímicos.  Ambos os estudos convergem para um ponto em comum, agora ainda mais embasado e reforçado cientificamente, da necessidade de exames mais globais para o diagnóstico de transtornos psiquiátricos e que, a identificação dos biomarcadores que indicam a presença desses transtornos pode ajudar a tratá-los de forma mais direcionada.

Fabiano Lima

Fabiano de Abreu Rodrigues, filósofo e cientista

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