Valentina Sampaio: a infância, o apoio da família e a entrada no mundo da moda
Valentina Sampaio é a primeira modelo transgénero a trabalhar com a conceituada marca de lingerie Victoria’s Secret











Valentina Sampaio veio desafiar os padrões da moda. Com apenas 22 anos, é a primeira modelo transgénero a trabalhar com a marca de lingerie Victoria’s Secret. Foi também capa da revista Vogue Paris, em 2017, e a cara da L’Oréal Paris, com apenas 19 anos. «Elevar a comunidade transgénero, dar-lhe poder e levantar a nossa bandeira» são os objetivos da jovem, revelados à imprensa brasileira. Valentina nasceu e cresceu em Aquiraz, Brasil, e desde cedo que se apercebeu que era «diferente».
LEIA DEPOIS
Valentina é a primeira modelo transexual da Victoria’s Secret [fotos e vídeos]
O apoio dos pais
Tem cinco irmãos – dois rapazes e três raparigas – e é a segunda filha mais velha. Nunca se identificou com as roupas e as brincadeiras do irmão mais velho. Sempre se sentiu mais atraída pelo universo feminino representado pelas irmãs. Usava cabelos compridos, gostava de roupas justas e colecionava bonecas. Os pais da modelo brasileira sempre foram cuidadosos e carinhosos na forma como a tratavam. «Acho que respeitavam quem eu era», explica. No entanto, a família decidiu levá-la a um psicólogo, quando Valentina tinha apenas oito anos. «A especialista percebeu logo que eu era transgénero.» Foi então que, com 10 anos, decidiu adotar o nome ‘Valentina’.
Valentina Sampaio diz que nunca se sentiu discriminada
Ao longo da sua adolescência, nunca se sentiu discriminada. Na escola, as pessoas aceitavam-na. «Talvez porque me vissem como uma menina», refere. Aos 15 anos, já não tinha pêlos no corpo, e os seios começaram a crescer naturalmente. No amor, Valentina Sampaio diz-se também «feliz». Quando teve o primeiro namorado, teve receio de lhe revelar que era transgénero. «Foi difícil, porque sou muito tímida, mas ele disse-me que me amava da forma que eu era.»
Primeira modelo transgénero a ser capa da Vogue, a representar a L’Oréal e agora a trabalhar para a VS
Aos 16 anos, entrou numa escola de moda. A moda sempre fez parte da sua vida ao longo do crescimento. Costumava assistir a desfiles e costurava as suas próprias roupas. Foi quando ainda frequentava este curso que a jovem recebeu um convite para desfilar no Festival da Moda de Fortaleza. Mas o grande salto, e que a catapultou para a fama, deu-se em março de 2017, quando Emmanuelle Alt, diretora da Vogue Paris, a escolheu para a capa desse mês, dedicando-lhe várias linhas do seu editorial.
Valentina foi ainda um dos rostos da L’Oréal Paris e agora é a primeira modelo transgénero da Victoria’s Secret, a marca de lingerie norte-americana que já foi acusada de falta de diversidade. O diretor de marketing da Victoria’s Secret chegou mesmo a afirmar que a marca não tinha a necessidade de ter modelos trans porque não comercializava para o mundo inteiro.
LEIA MAIS
Jovem com Síndrome de Down faz sucesso como modelo e é capa de revista
Modelo transgénero na Victoria’s Secret: «Quero dar poder à comunidade transexual»
Siga a Impala no Instagram