Ana Galvão Fala sobre a doença e morte do pai: “Acho que sofria mais com ele vivo”

Ana Galvão falou sobre a perda do pai, em 2020, que lutou dez anos contra um enfisema pulmonar

Ana Galvão esteve como é em ‘Alta Definição’. A radialista foi a convidada desta semana de Daniel Oliveira que, mais uma vez, conseguiu mostrar o lado mais vulnerável dos seus entrevistados.
A colega de Joana Marques e Inês Lopes Gonçalves em ‘As Três da Manhã’ recordou a morte do seu pai, em 2020, vítima de um enfisema pulmonar.

“Deixou uma vazio de uma pessoa a quem eu ligava sempre que precisava e já me aconteceu pensar em telefonar ao meu pai, mas já não o tenho. Ele já morreu (…) Tu não conheces o mundo sem os teus pais e, quando um desaparece, a vida muda, o mundo já não é o de antes”, disse Ana Galvão.

“O meu pai esteve mais de dez anos doente, tinha um enfisema pulmonar. São doenças muito prolongadas, cujos sintomas podem ir suavizando. Não que ele se cuidasse incrivelmente, ele foi um artista até morrer, com tudo o que isso traz. Ele deu-nos imensos sustos. Cada vez que apanhava uma constipação, para ele era um motivo para ir para as urgências”, continuou a radialista.

Ana Galvão disse ainda ter tido “muito tempo” para se preparar para a morte do pai. Ainda assim, como é óbvio, nunca se está totalmente preparado.

“Eu acho que um lado nosso estava com vontade porque ele não tinha qualidade de vida. É uma doença muito dolorosa. Não consegues respirar e o facto de não conseguires respirar faz com que não consigas dormir. Eu acho que sofria mais com ele vivo às vezes, com aquilo que ele estava a passar. Ele dizia: ‘Não durmo há uma semana’ (…) Era duro, mais para ele do que para nós, mas não era simpático ver alguém assim, muito menos alguém da tua família. Então, de alguma maneira, foi também um alívio para ele”, confessou, relatando depois aqueles que foram os últimos dias de vida do seu progenitor.

“Ficou num hospital onde não podíamos entrar, estávamos na pandemia, foi mesmo em pleno Covid-19. Foi horrível, nós não pudemos ver o meu pai, não estávamos ao pé dele. Nos momentos em que ele acordava não estava ninguém. Causa-me sofrimento pensar que ele não teve ninguém ao pé, tinha só uma foto nossa”, confidenciou o rosto da Rádio Renascença.

“Até que recebemos a notícia que ele tinha morrido de madrugada (…)  O que mais pena me deu é que acho que ele morreu num ambiente muito frio, uma coisa que eu não gostava. Acho que ele merecia mais calor, ele sempre foi uma pessoa muito rodeada de muitas pessoas (…) Ainda o vimos, ainda lhe demos a mão. Primeiro a minha irmã e eu, depois o meu irmão. Fomos por fases, mas ainda nos conseguimos despedir”, contou a ex-mulher de Nuno Markl.

 

Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: Impala

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