Carolina Deslandes acusada de ameaçar dono do bar após ser assaltada

Revelados mais pormenores sobre o episódio em que Carolina Deslandes foi assaltada num bar do Porto. O dono do espaço acusa agora a cantora de tentativa de agressão e ameaças.

Carolina Deslandes foi cantar na passada quinta-feira, 21 de outubro, ao bar Hot Five Jazz & Blues, no Porto, e diz ter sido “roubada” e “maltratada”. O proprietário do espaço, Alberto Índio, já reagiu às acusações afirmando que está de “consciência tranquila” perante o episódio –  segundo avança o Jornal de Notícias – mas voltou a fazer novas e polémicas declarações. A cantora está agora a ser acusada de tentativa de agressão após ameaçar o empresário. “Do alto da sua arrogância ameaçou-me e disse que me agredia se não fosse mãe”, confessou Alberto Índio ao Correio da Manhã.

“Cheguei para fazer o ensaio de som, na sala de espetáculos, e pousei as coisas na minha cadeira. Fiz o ensaio de som e a seguir fomos maquilhadas e penteadas na casa de banho. Eu disse à Irma que não ia estar a levar as minhas coisas, ia deixá-las ali [na sala]. O clube estava fechado, ainda não tinham aberto portas e a casa de banho é para aí a 25 passos da sala. Não estava lá ninguém. Sou maquilhada, penteada, as equipas regressam do jantar, eu e a Irma não fomos porque ficamos a preparar-nos para o concerto, e eu começo a pedir as minhas coisas”, conta.

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É aqui que percebe que o seu seu casaco, sapatilhas e a mala desapareceram. O dono do espaço disponibilizou-se de imediato para mostrar as imagens das câmaras de vigilância, mas as mesmas só foram consultadas duas horas depois, como a própria cantora revela. “Se tenho um artista que é assaltado dentro da minha casa e digo que tenho câmaras de segurança, o que é que faço: antes sequer de pôr alguém lá dentro, vou verificar as câmaras para perceber se foi um roubo ou o que aconteceu. Até porque tinha os meus cartões de multibanco lá dentro e tinha de saber se os tinhas de cancelar ou não”, diz Carolina Deslandes, para depois continuar a contar: “Demorou quase duas horas a ir às câmaras de segurança. Quando vai percebe-se que foi um roubo. Alguém entrou pela porta do lado da sala que estava aberta – foi deixada aberta pela equipa da Irma, sim – mas têm de perceber que para alguém chegar àquela porta teve de trepar um portão de quatro metros que estava tapado por um carro e andar um corredor. Alguém deveria ter adivinhado que aquela porta poderia estar aberta e arriscar trepar um portão. Tudo isto é profundamente rebuscado na minha opinião”, sublinha.

Carolina Deslandes viu assaltante a levar-lhe os pertences

Carolina Deslandes vai ver as câmaras de vigilância do espaço e fica espantada com o que vê. “Quando vou ver o vídeo, vejo uma pessoa que entra com toda a calma dentro da sala, uma sala onde estavam guitarras caríssimas, onde estavam milhares de coisas, olha para um casaco, uma mala e uns ténis e leva-o com a maior das calmas. Fico a pensar: ‘uma pessoa que trepa um portão, que apanha uma brecha de porta aberta, quer roubar umas coisinhas? Vai estar com a calma de quem passeia num parque?’ Não me cheirou bem esta história, mas era o concerto da minha amiga e eu não o queria estragar”, afirma.

Depois do concerto, a cantora permaneceu no espaço com algumas pessoas do grupo, mas algo inesperado voltou a acontecer. “O concerto acaba, estava com um grupo de quatro pessoas, fiquei lá a beber uns copos, a conversar, a comentar a minha frustração de ter sido assaltada. Pensei que esta história está mal contada e que no dia seguinte ia à polícia e se acharem o mesmo vão investigar”, partilha, sublinhando a falta de apoio que o dono do espaço lhe prestou. “Cruzei-me com o dono da casa várias vezes e ele não me dirigiu uma palavra. As minhas coisas são roubadas dentro da casa dele e não há o mínimo de ‘Carolina, queria pedir-te desculpa, isto nunca aconteceu, foi um azar’, ou prontificar-se para chamar a polícia. Chegamos à porta, eles entregam os cartões deles e eu não tinha cartão, porque eu estava lá desde a tarde, estive lá a cantar e ninguém me deu cartão. Pagamos a conta do cartão de consumo, que ainda foi uma conta fixe e ele está atrás da caixa a ver-nos a pagar a conta, a conversar sobre o sucedido”, conta.

«Ele mandou a miúda atrás de nós»

E continuando: “Eis se não quando a funcionária, que estava ao lado dele quando pagamos a conta, vem a correr atrás de nós até ao fundo da rua. ‘Peço imensa desculpa mas vou ter de verificar se todos vocês me entregaram os cartões’ (imita a funcionária). Ele mandou a miúda atrás de nós para ver se tínhamos pago tudo, se alguém tinha fugido. Isso por si só para mim já é ofensivo, agora, acabo de pagar a conta frente dele, entrego os cartões à frente dele, não foi uma coisa de cinco minutos, estás-me a ouvir e mandas a tua funcionária atrás de mim ao fundo da rua depois de ter sido gamada aí dentro? De não me teres dirigido a palavra? De não teres chamado a polícia? Ainda estou a ser acusada de roubar, era o que me faltava. Aí mexeu com a minha sanidade mental”, assume, indignada.

Perante a situação, Carolina voltou para trás para falar com o dono e relatou a conversa que teve com ele: “Isto que aconteceu aqui é inadmissível desde o momento um. Eu sou roubada, não chamas a polícia, não ajudas em nada, não dizes nada. Foste negligente. Este vídeo do assalto está muito mal contado. […] Não tens vergonha na cara?”, questionou, revelando que acabou a ser mal tratada e ofendida ao mesmo tempo que assume que também se exaltou.

“Falei alto, estava nervosa com legitimidade, estava revoltada com a situação porque estava preparada para ir para casa. […] Berrei com o homem e ele em momento nenhum pediu desculpa”, completa, assumindo que apresentou queixa no livro de reclamações. “Em 10 anos de carreira nunca me tinha acontecido uma coisa assim”, termina.

Texto: Carolina Sousa; Fotos: Redes Sociais

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