Casa dos Segredos 7 | Advogada revela: «O segredo da Marlene é falso»
Maria Dulce Galvez, advogada do padrasto da concorrente, diz que a história de Marlene é mentira.
Marlene Santos, concorrente do programa Secret Stoy 7 entrou para a casa mais vigiada do país com o segredo “A minha irmã foi levada por um bispo da IURD”. Quando explicou ao apresentador Manuel Luís Goucha a trágica história da irmã, disse que tinha chegado a conhecê-la em criança e que sabia da sua existência há muito tempo.
«Acabamos por ter contacto com a Raquel. Ela já sabe disto, mas não quer falar agora», afirmou Marlene.
Contudo, em declarações ao nosso site, Maria Dulce Galvez, a advogada que representa o pai biológico de Raquel [a menina levada pela Igreja Universal do Reino de Deus], Ricardo Campos, sublinhou que a versão de Marlene é mentira.
«O segredo em si é falso porque a Marlene é apenas meia irmã da Raquel. Ela só soube da existência dela durante a investigação da TVI [reportagem ‘O Segredo dos Deuses’, das jornalistas Alexandra Borges e Judite França]. Ela não sabe nada e percebe-se na conversa com o apresentador Manuel Luís Goucha que não está segura nas declarações que faz e as respostas acabam mesmo por ser dadas por ele. A Marlene soube da existência da Raquel quando foi confrontada pela jornalista Alexandra Borges, para o programa Segredo dos Deuses», explicou.
Padrasto de Marlene quer distância de «Casa dos Segredos»
A causídica esclarece ainda que o seu cliente se quer demarcar do reality show da TVI. «Queremos separar-nos do mediatismo. O nosso objetivo não é esse», sublinhou. Maria Dulce Galvez referiu disse ainda que a concorrente expulsa no passado domingo do programa da TVI “não tinha direito de entrar com um segredo desses” por não ser um segredo «só dela» e por «poder prejudicar a investigação criminal em curso».
«Pode descredibilizar a investigação», declarou.
A advogada sublinhou também não ser verdade que o ex-padrasto de Marlene soubesse o destino da filha. «Ele só soube três ou quatro anos depois do nascimento da bebé», referiu. Já Marlene, no decorrer do programa falou da sua relação com a mãe e o padrasto, dando a entender que Ricardo participou na decisão da entrega da bebé à Igreja Universal do Reino de Deus. «Não posso falar por duas pessoas que tomaram aquela decisão. Tiveram que ser os dois muito fortes para poder avançar», explicou a Goucha, referindo-se à mãe Milena e a Ricardo Campos.
Segundo Maria Dulce Galvez, Ricardo Campos estava numa clínica de reabilitação em 1994, quando a então companheira estava grávida de Raquel. «Quando saiu da clínica, a Milene já não tinha barriga. Ele perguntou onde estava a bebé e a Milene disse que tinha nascido morta», o que faria ‘sentido’ por ser uma bebé de risco, filha de toxicodependentes.
Ricardo terá sabido a verdade cerca de quatro anos depois, pela boca de um bispo da IURD. «Nessa altura confrontou a Milene, que primeiro negou, mas que depois confessou ter entregue a filha à igreja». Contudo, não houve processo de adoção. A criança nasceu na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, onde terá sido registada diretamente como filha de um bispo da IURD, João Luiz Urbaneja, e da sua mulher. Hoje tem 23 anos e vive uma vida de luxo no Brasil.
Segundo a advogada, a jovem «não quer saber de nada de Portugal, nem quer falar com o pai». Já Ricardo, quer apenas «dar-lhe um beijo e quer que ela saiba que tem um pai que não a abandonou».
Padrasto de Marlene alvo de ameaças
Ricardo Campos terá sido ameaçado ao longo dos anos. Com dependência emocional e económica da igreja (foi motorista e pastor da IURD) sempre achou que «ninguém acreditaria num ex-toxicodependente».
«O padrasto de Marlene decidiu avançar com o processo aquando do programa Segredo dos Deuses, da TVI. Não mantém qualquer contacto com a ex-mulher Milene. Uma relação que terminou há vários anos, quando a IURD o enviou para os EUA, “de forma a afastá-lo de Portugal», conta a advogada Maria Dulce Galvez.
A investigação sobre este e outros casos denunciados no programa de da TVI Segredo dos deuses está a decorrer no DIAP, em Lisboa, e encontra-se protegida pelo segredo de justiça.
Texto: Cynthia Valente | Fotos: TVI e João Manuel Ribeiro
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