No dia 8 de março assinala-se o Dia Internacional da Mulher, uma data especial que celebra os direitos que as mulheres já conseguiram conquistar até à atualidade, sem esquecer o percurso que já se fez e o caminho que ainda há para ser percorrido. Para assinalar esta data tão especial, a NOVA GENTE falou com algumas estrelas do nosso mundo televisivo, que nos revelaram aquilo que mais gostam no facto de serem mulheres e quem são as suas figuras femininas de maior referência.

Júlia Pinheiro

A apresentadora da SIC considera que continua a fazer “todo o sentido” celebrar esta data, principalmente numa altura “em que muitos dos direitos das mulheres poderão vir a ser postos em causa. Vivemos numa espécie de atmosfera global que não é simpática para uma série de direitos adquiridos que são muito importantes para nós mulheres”, refere Júlia Pinheiro, à margem da estreia da peça de teatro A Mais Velha Profissão, da qual é protagonista. Sem pensar duas vezes, a comunicadora revela que uma das mulheres que mais a inspira é a jornalista Maria Antónia Palla, de 92 anos.

“Teve 50 anos de luta para conseguirmos aqui em Portugal muitos dos direitos das mulheres. Há 50 anos, as mulheres não votavam em Portugal, por exemplo”, explica. Maria Antónia Palla – mãe do antigo primeiro- -ministro António Costa – foi uma das primeiras mulheres jornalistas em Portugal e, em 2004, foi distinguida com o grau de comendadora da Ordem da Liberdade. Em 2019, foi galardoada com o Prémio Carreira, no âmbito dos Prémios ACTIVA Mulheres Inspiradoras. Nesse mesmo ano, é-lhe atribuído o Prémio Maria Barroso – Jornalismo pela Paz e pelo Desenvolvimento. Três anos depois, recebe o Prémio do Clube das 25 (associação feminista espanhola) que distingue mulheres que se destacaram na luta pela igualdade de oportunidades.

Fernanda Serrano

Todos os dias são dias de mulher e das mulheres.E cada vez mais temos essa presença na nossasociedade de forma mais vincada”, começa por dizer a atriz da TVI, enaltecendo as mulheres e todo o percurso que tem sido feito nos últimos anos para que haja igualdade de oportunidades, sem diferenciação de género. Porém, realça que ainda há muito trabalho a ser feito. “Às vezes, parcialmente, somos reconhecidas. Mas depois nas nossas valências, na admissão e reconhecimento das nossas qualidades profissionais e humanas, ainda somos um bocadinho ostracizadas, no sentido em que, não falo do meu caso pessoal, mas sei que acontece. Em termos de remuneração, existe ainda essa discrepância na atribuição de vencimentos, de postos, de cargos de muita responsabilidade”, refere a atriz. “Mas acho que já demos aqui um salto galopante mesmo, é continuar”, acrescenta. Para Fernanda Serrano, é um orgulho enorme ser mulher e reconhece ao género feminino muitas qualidades.

“Acho que temos uma força inesgotável. Mesmo quando estamos no nosso limite, descobrimos sempre um tanque de reserva. Eu não conheço nenhum homem que se assemelhe sequer a qualquer mulher que eu conheça. Estamos muitos pontos acima. E tenho muito orgulho em ser mulher. Se voltasse cá daqui a 100 anos, 300, 1000, queria voltar num corpo de mulher também”, admite. Mãe de três meninas – Laura, de 17 anos, Maria Luísa, de 15, e Caetana, de nove –, a atriz revela que tem muita expectativa na vida futura das filhas. “Acho que lhes tenho fornecido ferramentas para que sejam o mais independentes possível, para que pensem pela sua cabeça, tenham as suas próprias opiniões, não tenham medo de desafios e de obstáculos, não tenham medo de dizer quem são, de mostrar quem são e que tentem diferenciar-se pela positiva”, diz, orgulhosa. Como sua principal referência feminina, Fernanda Serrano aponta a mãe, Ercília Serrano. “Tenho muito dela, a independência, esta força de ser um touro… acho que fui buscar à minha mãe. É quem eu mais admiro!”, reforça.

Leia esta matéria na íntegra na sua NOVA GENTE desta semana. Já nas bancas.

Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Impala e D.R.

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