Isabel Medina aborda passado complicado em entrevista

Atriz celebra o 66º aniversário e explica à Nova Gente como lida com a idade e de que forma olha o futuro. O que falta fazer? «Tudo»

São 66 primaveras e Isabel Medina não podia estar mais confortável com a idade. A atriz celebrou mais um ano de vida esta quarta-feira, dia 23 de agosto, e deu uma entrevista ao site da Nova Gente.

1) Sabemos que não se pergunta a idade a uma senhora, mas são 66 anos. Como é celebrar esta data?

Não se pergunta, porquê? Nunca percebi. Gosto de celebrar a vida, os meus caminhos, as minhas escolhas. 66 anos de muita aprendizagem, de abrir os braços à vida. 66 anos cheios de gratidão, amor e alegria. Se tudo foi bom? Foi. Porque os maus momentos foram os de maior encontro comigo. Por eles estou também muito grata.

2) Há quem celebre a chegada aos 40, aos 50 e aos 60 como um marco. De que forma a Isabel olha para o passar dos anos?

Com imenso amor e gratidão. Cada ano solar é como um ano numa bela escola.

3) Qual é a melhor parte de ter 66 anos?

Viver intensamente, sem medo.

4) E a pior?

Ainda não percebi se havia um lado obscuro na questão da idade. Porque o lado luminoso é tão forte que as sombras se diluem.

5) De que forma olha para o passado? E para o futuro?

Corro o risco de ser uma seca ao repetir-me. A verdade é que com tantos anos de caminho, já tive mais que tempo de fazer análise do passado, processá-lo com calma, lê-lo, perdoar-me e amar-me. Para que agora seja apenas seguir o caminho com discernimento e paz.

Quanto ao futuro, não sei o que é. Está na continuação do que faço, do que invisto, dos propósitos a que me dedico. Uma das melhores coisas da vida, é a surpresa do desconhecido. Uma prenda com que nascemos.

6) Se pudesse fazer uma viagem no tempo, até ao início da sua carreira, o que mudava? O que gostava de ter feito? O que preferia não ter feito?

Tudo o que fiz, faz sentido no todo que é a minha vida. Mesmo quando as escolhas não foram as melhores, elas tiveram uma razão para existirem. Não mudaria nada. É a minha vida. Gosto dela, respeito-a e estou grata.

7) Como é a Isabel mãe e avó? O que é que tenta transmitir aos mais pequenos?

Oh! Isto seria uma conversa enorme, já que fui mãe tão cedo que, obviamente, sou agora uma mulher diferente e sempre em construção. Portanto, como avó também sou diferente. Amo o meu filho e os meus netos incondicionalmente. Assim não interfiro, apenas apoio quando necessitam e estou super atenta ao que cada um é para que, com a minha experiência, os possa ajudar quando se afastam da sua essência.

8) Qual a recordação que guardará para sempre?

Muitas. De muitas áreas da minha vida.

9) O que gostaria de esquecer para sempre?

Sabendo bem que a memória é uma ficção determinada pelas emoções, quando fiz viagens de reconhecimento pelo meu passado, abracei todos os momentos e percebi que, mesmo o que na altura me pareceu doloroso, foi uma bênção de aprendizagem.

10) O que é que ainda falta fazer?

Tudo.

Fotos: Impala e DR

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