Fernando Daniel não conseguiu o seu objetivo de representar Portugal na Eurovisão, ficando apenas em terceiro lugar no Festival da Canção, concurso que escolhe que música e intérprete o nosso país vai levar à Europa. Neste caso, os eleitos foram os Napa.

“Sentir constantemente a pressão daqueles que me apontavam como um dos favoritos, mesmo tendo sempre descartado tal papel (…) o que interessava era a canção e a capacidade de a defender em palco. Sinto que em duas semanas gastei o psicológico de meses”, escreveu o artista num desbafo, que não se ficou por aqui: “Uma vez que não terminou de forma bonita para mim, não escondo a tristeza, até porque não sou hipócrita e a minha espinha dorsal funciona, graças a Deus, na perfeição. Há coisas que são difíceis de entender, mas talvez até seja melhor assim (…) Disse-o várias vezes: ‘gostaria de vencer a Eurovisão e dar essa alegria aos portugueses a fazer aquilo que mais gosto’… (…) Não foi dito com presunção ou arrogância. Veio de um lugar com muitos sonhos ainda por cumprir”.

Tais afirmações foram alvo de escrutínio pelo jornalista Luís Osório, que considerou que a fama poderá ter subido à cabeça de Fernando Daniel.

“A vida de Fernando Daniel é um exemplo de combate, mas talvez mereça a pena parar para pensar. Parece ter o peso do mundo aos ombros, uma vontade incontrolável de ser o melhor, de ser o mais amado, de ganhar sempre”, escreveu, continuando: “As suas declarações após ter perdido o Festival da Canção eram desnecessárias e são próprias de um miúdo a quem a fama subiu um bocadinho à cabeça. O Fernando, que tem uma excelente voz, poderia olhar para o exemplo da Maria João, com uma carreira incomparável, que o ano passado nem sequer ficou apurada para a final. E nem por um segundo vimos uma sombra no seu olhar”, concluiu.

Texto: Tiago Miguel Simões; Fotos: Impala e DR

Siga a Impala no Instagram