Judite Sousa Assume: “Foi um dos grandes erros da minha vida”

Judite Sousa lembrou o momento em que trocou a RTP pela TVI e como a morte do filho a fez sentir saudades da estação pública.

Nuno Santos deu uma entrevista exclsuiva à NOVA GENTE no final de novembro e o nome de Judite Sousa foi, inevitavelmente, tema de conversa.

Dias depois, curiosamente, a jornalista esteve à conversa com Duarte Siopa no seu espaço na nova rádio da CMTV e recordou o momento em que trocou a RTP pela TVI.

“Estive na RTP 32 anos. Respondi várias vezes que ter a coragem de deixar a RTP ao fim de três décadas e de, aos 50 anos, mudar para uma televisão privada, submeter-me ao escrutínio e às regras de funcionamento completamente distintas de uma televisão privada por comparação com a RTP, teria sido um passo importante e inevitável. Mas a forma como a vida acabou por me surpreender nos anos que se seguiram levou-me, e leva-me agora, a dizer que foi provavelmente um dos grandes erros da minha vida”, atirou.

A morte do filho

A morte do filho, em 2014, também deixou marcas na sua estadia na estação de Queluz de Baixo. 

“Nessa altura eu senti, não querendo ser injusta, que se estivesse na RTP… talvez tivesse tido mais apoio do ponto de vista do carinho, da ternura, dos beijos, dos abraços que eu não tive”, desabafou.

Judite Sousa, de 64 anos, alegou ainda que, depois do acidente numa piscina que tirou a vida ao filho, aos 29 anos, sentiu por parte daqueles com quem trabalhava uma atitude de “‘vamos deixá-la recompor-se, vamos deixá-la reconstruir-se’”, mas que a compreensão durou apenas “seis meses”, acabando tudo por voltar a ser como era: “Ao fim de pouco tempo, os problemas voltaram. E os problemas tinham sempre que ver com o mesmo aspeto, que era o aspeto de liderança, o aspeto de decisão. Eu acho que a redação da TVI, naquele tempo – estamos a falar daquele tempo –, não aceitou que a Judite chegasse, mandasse, fosse diretora-adjunta de Informação. ‘Mas quem era ela para chegar aqui, para mandar, para nos dizer como é que havíamos de fazer, como é que não havíamos de fazer’. Eu acho que este foi o ponto crucial”

Texto: Tomás Cascão com Ana Filipe Silveira; Fotos: Impala e D.R.

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