Judite Sousa: «Fiquei diferente com a morte do meu filho, mas não fiquei mais frágil»
Judite Sousa foi a convidada de Fernando Alvim, na rubrica Prova Oral, na Antena 3, e respondeu às críticas que lhe foram apontadas nos últimos dias.
Judite Sousa apresentou no passado domingo, dia 6 de janeiro, o seu novo livro chamado «Político esfaqueado, ou é morto ou é eleito». Nos últimos dias, a pivô da TVI tem sido muito comentada pela opinião pública, especialmente nas redes sociais. Contudo, a discussão não se centra no lançamento da sua nova obra sobre Jair Bolsonaro e as últimas eleições presenciais brasileiras. Judite viu-se protagonista de uma polémica depois de ter referido a sua empregada doméstica como «a senhora cá de casa» numa publicação nas redes sociais.
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Dias após o post, Judite falou sobre o assunto na rubrica de Fernando Alvim, Prova Oral, na Antena 3, ao final da tarde desta segunda-feira, dia 7 de janeiro. Apesar de ter sido convidada para falar em específico sobre o novo livro, a jornalista da estação de Queluz viu-se, antes de mais, a esclarecer o tão falado assunto.
«Houve pessoas que comentaram porque, pura e simplesmente, queriam dizer mal», começa por afirmar a cara da TVI.
Judite salientou que com «senhora cá de casa» quis expressar afecto e carinho por Rosa, que é sua doméstica há cerca de 20 anos. «É uma expressão carinhosa e de afecto. Quis dizer que é ela quem organiza a minha casa, quem manda na minha casa. Ela ajudou a criar o meu filho. É como se fosse família. Levo-a para todo o lado e não vejo mais nenhuma figura pública a fazer o mesmo», salienta.
A Diretora-Adjunta de Informação da TVI ainda acrescentou que «quem não queria entender foi mesmo porque não queria entender» o que quis dizer com a polémica expressão.
«Fiquei, obviamente, diferente com a morte do meu filho, mas não fiquei mais frágil»
Questionada por Alvim se a morte do seu filho tinha mudado a forma como comunicava, Judite afirmou que nada mudou na forma como trabalha. «Fiquei, obviamente, diferente com a morte do meu filho, mas não fiquei mais frágil. Há pessoas que querem pintar-me como frágil, mas não lhes vou dar essa satisfação».
Declarando por várias vezes a importância do profissionalismo na sua vida e personalidade, Judite destaca que se fosse frágil não teria conseguido continuar com o ritmo que a sua carreira profissional tem exigido. «Mais frágil não fiquei, se não não tinha conseguido trabalhar, escrever como escrevo, publicar livros como faço», garante.
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«É uma ilusão achar que os medicamentos nos tiram de uma depressão»
Antes de abordar a nova obra, Judite recordou um dos dois livro que já escreveu, nomeadamente, «Pensar, Sentir, Viver». Juntamente com Diogo Telles Correia, a pivô acredita ter tocado em temas muito importantes para a sociedade moderna, relacionados com a ansiedade, depressão e luto.
Apesar de ter garantido não sofrer nem ter sofrido de ansiedade, a Diretora-Adjunta de Informação da TVI falou sobre a depressão que sofreu após a morte do seu único filho André Sousa Bessa. Confrontada sobre como se consegue superar esta doença do foro psicológico, Judite explicou que é uma decisão mental.
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«’Como se sai de uma depressão?’ Com a cabeça. É uma ilusão acharmos que os medicamentos nos tiram de uma depressão. Claro, que há depressões e depressões. Falo especificamente de depressões profundas. Não estou a falar de uma depressão por causa de um divórcio ou da perda de um emprego.Tive de pedir ajuda, mas a decisão foi da minha cabeça», revela.
«O atentado a Jair Bolsonaro não foi encenado»
Por fim, a autora acabou por falar da sua recente obra e respondeu a algumas questões de ouvintes do programa, como é costume. Judite, que esteve a cobrir as eleições presidenciais brasileiras no ano passado, relembra que, na altura, já era claro que o atual presidente do Brasil ia ganhar as eleições. Para além de todas as sondagens apontarem para esse resultado, o candidato nem precisou de fazer campanha para ser o nome mais ecoado em todo o Brasil.
Judite acrescenta que o ataque com recurso a uma arma branca não foi encenado e que o presidente teria ganho as eleições mesmo que não tivesse sido esfaqueado. Contudo, a jornalista não nega o poder «da vitimização na política». «Os brasileiros queriam mudança e penalizar os 30 anos de danos do Partido dos Trabalhadores [PT]».
- Judite, que confessou ter escrito o livro em apenas 10 dias, ainda descansou os portugueses durante a emissão ao afirmar que não achava que movimentos políticas com ideias extremistas ou populistas iriam ter qualquer protagonismo em Portugal, ao contrário do que tem acontecido em muitos países europeus nos últimos anos. «Somos um povo sábio, não de extremos».
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