«Espiral de dor» deixa Liliana Campos à beira do suicídio
Após a morte de Pedro Lima, Liliana Campos sentiu «que quando estivesse mais fortalecida falaria melhor» sobre o que viveu e que a levou a «precisar de ajuda especializada».
Dias depois da morte de Pedro Lima, a 20 de junho, Liliana Campos apresentou o Passadeira Vermelha e falou sobre o assunto. Numa mensagem emotiva, a apresentadora falou sobre a dor de perder um dos seus melhores amigos, e confessou também que ela própria já sofreu na pele o drama da depressão. Liliana revelou até que já tinha pensado em suicídio e, agora, num longo texto partilhado nas redes sociais, conta a sua história.
«Senti, depois daquelas minhas palavras no Passadeira Vermelha, que quando estivesse mais fortalecida falaria melhor convosco sobre o que vivi e que me levou a precisar de ajuda especializada», começou por escrever.
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«Não tive capacidade para ver quem me rodeava e da forma como o faziam»
«A partida da minha Mãe foi muito dolorosa, pelo sofrimento que presenciei, mas esse não foi o motivo principal. Eu sabia que a Mãe já estava num lugar melhor. Aliás, nunca há um motivo, são sempre vários. Quando me dei conta da maldade que existia à minha volta, das mentiras, do estar a contar com um porto que pensei ser seguro, mas que afinal estava completamente minado, de várias tentativas para que eu e o Rodrigo nos afastássemos, fez-me perceber que durante os quatro anos em que, juntamente com o meu irmão, fomos cuidadores da minha Mãe, tinha mesmo tido a minha Vida em stand-by, e não tive tempo, consciência ou capacidade para ver quem me rodeava e da forma como o faziam.»
Liliana Campos fala também do sofrimento que passou para ser mãe: «Tudo isto acompanhado com o início de um tratamento de fertilização contra o tempo e a menopausa, que para mim estava a chegar precocemente, e que me ia impedir de gerar o bebé que tanto desejava, mas que fui adiando…»
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«Achei que não estava cá a fazer nada», revela Liliana Campos
A apresentadora procurou ajuda especializada para conseguir superar os seus problemas emocionais. «Mais uma vez, não era só a menopausa que me fazia estar ali, havia muito mais para tratar. Na altura não conseguia ver nada de bom… Estava numa espiral de dor. Soube que precisava de ajuda.»
«O Rodrigo não sabia lidar com a situação, e eu também não. Não via saída . Não tinha força para lutar… para pegar nos cacos e reconstruir o que eu tinha deixado destruírem», afirma, falando de seguida dos pensamentos suicidas que confessou na SIC: «Nessa altura achei que não estava cá a fazer nada. Se calhar, desaparecer seria o melhor. Desaparecer para sempre. Desaparecer daqui. Desaparecer sem dizer nada a ninguém e ir para o outro lado do Mundo».
«Não quis baixa, não faltei um único dia. Ali desligava e, por momentos, tentava abstrair-me do meu Mundo a desabar»
A apresentadora revela a importância que a vida profissional teve naquela altura. «O trabalho, que já tinha sido o meu escape durante a doença da minha Mãe, continuou a ser muito importante para mim. Não quis baixa, não faltei um único dia. Ali desligava e, por momentos, tentava abstrair-me do meu Mundo a desabar. Mas ia para casa e não dormia. Achei que podia ficar maluca por não conseguir descansar. Recorri a terapias alternativas e apareceram várias pessoas que ainda hoje ocupam um lugar importante na minha Vida», disse, referindo-se a alguns amigos que a ajudaram a superar a dor.
Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: reprodução redes sociais
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