Nuno Markl revela que passou por burnout
Nuno Markl foi um dos convidados de “Programa Cautelar” e contou que, há dois anos, teve um burnout: “As lágrimas escorriam-me sem eu saber porque é que estava tão triste”.
Nuno Markl sofreu um burnout – ou esgotamento excessivo – há dois anos e teve de fazer terapia para ultrapassar este grande problema de saúde. O humorista contou a sua história no programa “Filomena Cautelar”, durante uma conversa com a apresentadora Filomena Cautela, Rita Blanco e Joana Barrios.
“Tive um [burnout] para aí há dois anos e foi uma coisa muito complexa na minha cabeça. Foi muito estranho. O que aconteceu começou com uma questão filosófica. Na altura, fiquei mesmo triste. Estava mal”, começou por contar. “Eu faço piadas eu meu nome, eu sou o protagonista da minha comédia, eu não faço personagens, não sou ator. Eu uso a minha vida como material para a minha comédia, então comecei-me a aperceber que não estava a ver onde é que estava a fronteira entre o Markl boneco e o Markl pessoa”, explicou.
O humorista contou ainda que, na altura, recebeu um sinal de alerta. “Muitas vezes, a minha família sabia de coisas que me aconteciam, porque eu as contava na rádio, porque achava que era um bom material cómico. E lembro-me de a minha mãe dizer ‘é muito triste que eu só saiba das coisas que te acontecem pela rádio quando toda a gente sabe’. E eu pensei: ‘De facto, é verdade. De facto, eu estou a perder o controlo do que é o Markl da rádio e o Markl palhaço, e o Markl pai, filho e humano”, disse, acrescentando que começou “a bater mal” e que entrou “numa tristeza profunda”.
“Chegou a um ponto em que eu estava em casa e as lágrimas escorriam-me sem eu saber porque é que estava tão triste e porque é que estava tão abalado. Então percebi que estava numa espécie de um beco e fui fazer terapia”, contou, sublinhando ainda: “Profissionalmente, eu estava numa fase boa, mas achava que a minha vida não era mais nada além de uma coisa profissional. Eu era um produto e percebi que as pessoa se estavam um bocado a cagar para aquilo que eu sou. Elas querem é que eu as faça rir. E aquilo começou-me a pesar muito. Comecei a fazer terapia e foi bom”.
Filomena Cautela revela dados importantes sobre burnout
Depois de Nuno Markl contar a sua história, Filomena Cautela acrescentou à conversa alguns dados importantes sobre este tema relacionado com a saúde mental. “O burnout começou a ser considerado uma doença em 2019, pela Organização Mundial de Saúde. E determinaram também que os profissionais de saúde são os que estão na linha da frente do risco para entrarem em exaustão física e mental. Isto foi antes da pandemia”, afirmou.
“Há outras profissões que têm risco de entrar em burnout, que são: assistente pessoal, terapeutas familiares, professores, jornalistas e operadores de call center”, concluiu.
Texto: Patrícia Correia Branco; Fotos: Impala e Reprodução redes sociais
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