O trauma que acompanha Ângelo Rodrigues após estar dois meses fechado no hospital
Ângelo Rodrigues está de regresso à vida social, mas não esquece o que passou durante dois meses no Hospital Garcia de Orta
Ângelo Rodrigues marcou presença no regresso a Lisboa da peça Insónia, de Fernando Mendes, que aconteceu esta sexta-feira à noite. Depois de ter estado cerca de dois meses internado no Hospital Garcia de Orta, em Almada, devido a uma infeção generalizada na sequência de uma alegada injeção de testosterona, o ator, de 33 anos, contou nosso site que está a «recuperar muito bem», mas ainda existem obstáculos que precisam de ser ultrapassados.
«Não é nada fácil… Estou bastante reservado neste processo de recuperação e faz com que eu seja um pouco agorafóbico, ou seja, multidões ainda me deixam pouco confortável. Mas acho que faz parte…», começou por revelar, admitindo que ainda está a digerir a situação.
A agorafobia «chega a impedir as pessoas de saírem de casa», lê-se no site do Hospital Lusíadas. «Este transtorno de ansiedade é mais complexo do que essa definição simples parece sugerir. Quem tem agorafobia pode também ter medo de usar transportes públicos, de estar em lugares fechados, como um centro comercial, ou de estar à espera, na fila, no meio de uma multidão. A fobia não está restringida aos espaços abertos, mas está sem dúvida ligada aos espaços públicos», explica ainda.
Falta de ar, tremores, tonturas, um aumento do batimento cardíaco, náusea ou medo de morrer são alguns dos sintomas.
«As coisas vão sendo digeridas»
«Estes processos traumatizantes não funcionam de forma automática. De repente, sais do hospital e tudo é um mundo novo. As coisas vão sendo digeridas. A forma como observas a vida e as relações vão-se modificando um pouco. Há coisas que hoje presto atenção e que antes não prestava.», contou o ator.
Questionado sobre o balanço que faz de 2019, garantiu que foi «um ano incrível» e que, «ao contrário do que muitas pessoas possam pensar», foi um período de amadurecimento e evolução: «Depois de todas as provações, tanto a nível pessoal como profissional, pelas quais eu tive de passar, só me engrandeceram! Esta Passagem de Ano foi de gratidão à vida. O meu grande foco agora é sobreviver», afirmou com um sorriso no rosto.
«O telefilme serviu de motivação»
Ângelo Rodrigues regressou ao pequeno ecrã em dezembro passado com o telefilme da série Golpe de Sorte, da SIC. O ator confessou que voltar ao trabalho foi o que o levou a querer recuperar o mais depressa possível: «Serviu de motivo para eu ficar mais motivado para recuperar mais rapidamente. Eu sabia que no telefilme teria que andar, coisa que eu não fazia na altura. Serviu de motivação e correu bem!»
No entanto, Ângelo Rodrigues não desvaloriza outros fatores que foram fulcrais para a sua recuperação: «Um deles é a minha positividade, outro a idade que tenho, o estilo de vida que levo também. E começo a acreditar que o amor também ajuda [risos]. O amor das pessoas, este uníssono de amor que eu tenho recebido é incrível! Só me posso sentir grato e se sirvo de exemplo de alguma forma, só posso corresponder às expectativas! Já passaram dois meses desde que saí e continuo a receber muitas mensagens, a receber essas provações da vida. Tem sido impressionante!».
«Estou a recuperar incrivelmente rápido»
Quando visitou a casa televisiva de Cristina Ferreira, naquele que foi o seu regresso oficial à televisão, Ângelo mencionou que estava a gravar um documentário que está a acompanhar todo o processo de recuperação. O ator garantiu que este só ficará concluído quando estiver totalmente recuperado e confessou que «está quase».
«Estou a recuperar incrivelmente rápido. Dentro do hospital disseram-me, e também à minha família, que poderia ter de passar o Natal e a Passagem de Ano no hospital. Saí em outubro. Apontavam para um ano de recuperação e em dois meses a recuperação está a ser muito rápida», revelou.
A nível profissional, sente-se «pronto para a vida», mas admitiu que ainda faltam «pormenores»: «Ainda não estou a 100% a nível de mobilidade. Saí do hospital sem qualquer tipo de medicação. Em termos de fisioterapia, tenho sido acompanhado pelos melhores, pelo António Gaspar, e tenho que deixar um grande agradecimento à Federação Portuguesa de Futebol. Foram os grandes responsáveis pela minha recuperação. Estou eternamente grato porque se a fisioterapia não fosse feita nestes moldes, cinco vezes por semana, a recuperação seria não só mais demorada como também provavelmente não recuperaria a 100%.»
Ângelo Rodrigues terminou revelando que as gravações da próxima temporada de Golpe de Sorte estão marcadas para fevereiro ou março e que se sente mais motivado que nunca para trabalhar e encarar a vida da melhor forma.
Texto: Mafalda Mourão; Fotos: Tito Calado
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