Raquel Prates “A vida tem-me ensinado a ser uma pessoa melhor”
Aos 49 anos continua a ser uma das mulheres mais elegantes de Portugal. E pronto: é daqui que partimos, sempre que se fala de Raquel Prates: o peso da imagem, os padrões da elegância e o crescimento interior.
Cosmopolita, precisa do seu casulo para olhar o mundo. É lá que se sente segura. Certezas tem poucas: uma é a de que está feliz com a família que criou.
Tenho à minha frente aquela que é considerada uma das mulheres mais elegantes de Portugal. Isto é um elogio, claro, mas há momentos em que é um fardo?
[sorriso] Pode ser visto como ambas as coisas. Sempre considerei que, acima de tudo, a elegância é o que somos, enquanto pessoas. E isto não é um cliché, não quero que pareça uma coisa de palavras atiradas pela boca. No meu percurso na vida, que tem tido alguns trambolhões, como todos nós, ainda não me cabia o rótulo de elegante quando ele me foi atribuído há muitos anos. A vida tem-me ensinado a ser uma pessoa melhor. Isto é que importa quando se fala de elegância.
Os padrões mudaram?
Completamente. Era uma questão puramente estética [pausa]. Eu era uma mulher jovem, sempre muito bem vestida, e que, dentro dos padrões sociais da altura, estava perfeita. Mas, atualmente, e tendo em conta as preocupações atuais, o padrão de elegância deve ser muito mais eclético e abrangente.
Questionas-te muito?
Em relação a mim própria, continuo a perguntar sempre tudo. Coloco tudo em causa. Cresci sem certezas absolutas. Isso é algo que não cabe em mim. Deixo sempre uma margem de erro, porque não acredito na verdade absoluta [pausa]. Com a nossa vivência, vamos nos moldando. Aquilo que fui no passado não é o que eu sou agora. Isso deve ser normalizado.
És mulher de dúvidas?
Sou mulher de dúvidas, sim, mas quando tomo uma decisão, estou segura. Mas dou a margem de erro, tendo sempre um plano B e C, ou seja, eu sei que quero aquilo, mas não sei se do outro lado será aceite da mesma forma que eu quero. E não tenho medo, sigo aquilo que sinto. Sou muito destemida e os meus amigos dizem-me isso. Eu abri um negócio em pleno momento de crises económicas, eu arranjo ideias criativas quando tudo parece estar a desmoronar e tenho essa vertente. Mas dou a margem de erro para que seja aceite por terceiros.
Leia esta entrevista na íntegra na sua NOVA GENTE desta semana. Já nas bancas.
Texto: Nuno Azinheira; Fotos: Helena Morais;
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