Ricardo Quaresma chora ausência do pai
Apesar de considerar que foi uma criança feliz porque nunca lhe faltou amor, Ricardo Quaresma confessa-se «revoltado» pela falta do pai.
No dia em que Portugal foi eliminado do Mundial na Rússia, Ricardo Quaresma abriu o coração numa entrevista para o programa da SIC Alta Definição e provou que o futebol não é tudo na vida. O jogador internacional falou sobre a infância, as dificuldades por que passou e o impacto que a separação dos pais teve na sua vida.
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Apesar de enfatizar sempre que foi uma«criança feliz», pois nunca lhe faltou amor graças à mãe e ao irmão, Ricardo Quaresma não teve uma infância fácil. Quando tinha apenas quatro anos, deixou de ter contacto com o pai, durante cerca de dois anos.
«É complicado [lidar com a ausência de um pai]. Quando vês os outros pais a irem buscar os filhos aos treinos é complicado», desabou Ricardo Quaresma a Daniel Oliveira
O avançado do Besiktas confessou que quando deixou de ter contacto com pai tornou-se uma criança «revoltada». «Não queres saber os ‘porquês’ [da ausência]. Queres ter um pai e pronto.»
Contudo, o avançado do Besiktas afirmou que gosta de viver no presente e que, apesar de nunca se esquecer do passado, está feliz com os pais que tem. Hoje tem uma «relação fantástica» com o progenitor.
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Ainda sobre o pai, Quaresma contou que ele voltou a entrar na sua vida graças a um primo que lhe mostrou uma notícia que falava dos sucessos do jovem atleta. Passados dois anos da separação dos pais, o jogador voltou a ver o pai, juntamente com o irmão.
«Foi estranho [reencontrar o pai]. Já não o via há algum tempo, mas um pai é sempre um pai»
Quaresma revela que, na altura, abraçou e beijou o pai. «Não fazia sentido outra coisa.» Garantindo que não julga ninguém, o craque acrescenta que desde que o pai voltou a estar presente nunca mais lhe falhou com nada.
Durante a entrevista íntima, ainda mencionou que a infância também não foi a melhor. Passou por situações no bairro onde vivia, nomeadamente o Casal Ventoso. No entanto, a vivência no bairro também modelou a sua personalidade, tornando-o «forte, com carácter e seguro dos objectivos» a que se propôs.
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«Fez-me abrir os olhos. Já vi muita coisa. Vi muita coisa que te puxa para maus caminhos. Mas resume-se a teres cabeça ou não. Tens de decidir o que queres da vida», explicou.
«Eternamente agradecido» à mãe por todo o amor e sacrifício, o jogador garantiu, contudo, que, felizmente, os filhos não vão ter de passar por «certas situações» a que ele foi sujeito.
«Aquilo por que eu passei, os meus filhos não vão passar. Nem que eu desse a volta ao mundo. Não vão precisar de viver dentro de um bairro nem de ver muita coisa que eu vi.»
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