A Processar por Catarina Rito – Guy Bourdin: O fotógrafo provocador da moda contemporânea

“Guy Bourdin foi muito mais do que um fotógrafo, era um artista plástico que conquistou o lugar entre os melhores”

A moda sem fotografia não tem expressão e não se vende. No mundo da moda, a fotografia tem sido uma das artes maiores, com extraordinários profissionais que ditaram estilos muito próprios e que são referências incontornáveis do setor. Um desses nomes maiores é o de Guy Bourdin (1928-1991), francês, que colaborou com publicações de renome como a Vogue (França) ou a Harper’s Bazaar, tendo também sido responsável por campanhas publicitárias de marcas como a Chanel, Charles Jourdan, Pentax ou Bloomingdale’s.

Mas, Guy Bourdin, foi muito mais do que um fotógrafo, era um artista plástico que conquistou o lugar entre os melhores, tendo exposições em alguns dos maiores museus: MoMA Nova Iorque, Tate Londres, Museu de Arte Moderna São Francisco e Museu Getty. Algumas retrospectivas têm sido feitas noutros espaços de culto como o Museu Victoria&Albert (Londres), National Gallery of Victoria em Melbourne (Australia), Galeria National du Jeu de Paume (Paris), Museu Metropolitano de Fotografia de Tokyo ou a Casa de Fotografia de Moscovo.

O seu trabalho demarcou-se pelo olhar provocador e único da estética contemporânea, navegando entre o surrealismo e a fotografia subjectiva (movimento estético que explora as abordagens mais expressivas e criativas da fotografia). Reconhecido pelos grandes nomes da moda internacional, Bourdin criou uma forma de fotografar a moda, conjugando estéticas distintas e inovadoras até então. A sua forma de ver a moda era muitas vezes comparada à de um pintor, pela forma como contava historias e lhes dava uma interpretação que não era comum.

Todos os que gostam de moda e que gostam de arte, este é um dos nomes fundamentais, não o único, explorando a cor como parte essencial na imagética criativa da fotografia, recorrendo a interpretações não conhecidas. Entre os finais dos anos 40, após o serviço militar na Força Aérea, expôs alguns dos seus desenhos, mas o desejo de aprofundar os seus conhecimentos levou-o até um dos maiores contribuidores dos Movimentos Dada e Surrealismo, Man Ray (1890-1976), que vivia em Paris, e que não era de fácil contacto. A persistência de Guy Bourdin acabou por obter o resultado pretendido, e Man Ray tornou-se no seu mentor.

Contemporâneo de Helmut Newton, que também colaborava com revistas de moda, como é o caso da Vogue, Bourdin é o responsável pela fotografia contemporânea vigente. A todos os apreciadores e conhecedores de moda, dentro e fora de Portugal, o
nome de Guy Bourdin é obrigatório.

Texto: Catarina Rito; Fotos:D.R.-  Rede Social Guy Bourdin 

Notícia www.vip.pt

Impala Instagram


RELACIONADOS