Amantes de campo ou praia, eis a incrível Quinta dos Perfumes
A Quinta já foi dos perfumes às laranjas, mas o nome manteve-se. Saiba mais sobre este paraíso em Tavira
A Quinta já foi dos perfumes às laranjas, mas o nome manteve-se. Nos anos 50 e 60, a Quinta dos Perfumes dedicava-se à plantação de malvas, utilizadas como essência no fabrico de perfumes. A fábrica foi desativada e, anos mais tarde, comprada pela família Sommer e transformada em casa agrícola. Tornou-se numa plantação de vinha de mesa, mas o projeto só durou até ali chegar a família de Pedro Estrela.
No ano de 1975, o avô de Pedro Estrela adquiriu a Quinta dos Perfumes. Os armazéns das malvas começaram a servir para fins agrícolas, a chaminé da fábrica foi destruída – com muita pena de Pedro, formado em Turismo –, e um mar de árvores de citrino substituiu a vinha.
A Quinta dos Perfumes localiza-se no Sotavento algarvio, próxima da cidade de Tavira e junto às povoações de Conceição e Cabanas. Está integrada no Parque Natural da Ria Formosa e há laranjeiras até onde a vista alcança. Lá ao fundo, o oceano. Até lhe pode parecer longe, mas, de bicicleta, fica a cinco minutos. A unidade dispõe de cinco e pode usá-las gratuitamente, percorrendo o caminho quase secreto.
Se, durante uma sesta, der por si a ouvir o som de um comboio ao fundo, acredite que não está a sonhar. É aguardar uns minutos para vê-lo passar, mesmo pelo meio dos hectares de laranjal.
A Quinta dos Perfumes dispõe de dois edifícios com diferentes tipologias de habitação. Em 2013, abriram seis quartos, duplos e estúdios, e o sonho de Pedro Estrela começou. O salto deu-se em 2017, mesmo a tempo do verão. «Comecei a chatear o meu pai e surgiu o investimento nesta nova área com mais quartos.» Sem desvirtuar o espaço, avançaram para o novo edifício onde estão agora a receção e a sala de refeições. No lugar da antiga fábrica, onde não sobreviveu a chaminé, mas ficaram os portões, nasceu uma nova ala, com mais nove quartos.
A decoração, de inspiração nórdica, ficou a cargo de Rita Ribeiro, da Increation Interior Design. A nova ala dispõe de terraço – com bar em funcionamento até à 00h00 – e prometemos que pode observar as estrelas como em poucos outros lugares. Os quartos da nova ala são luminosos e de decoração neutra. Os estúdios da ala mais antiga são bastante amplos (30m2) e possuem kitchenette equipada. Há ainda dois quartos para pessoas com mobilidade reduzida. Para estadias mais numerosas, existem três camas extra e dois berços. A pedido, terá ainda aulas de ioga e serviço de babysitting.
O pequeno-almoço é feito com produtos biológicos e da horta da quinta. onde há morangos, rúcula, couves de Bruxelas, tomate cherry, hortelã… E fica o aviso: é tudo incrível. Principalmente o sumo de laranja algarvia.
Espalhadas pelos restantes hectares da quinta ainda podemos encontrar pessegueiros, abacateiros ou figueiras, entre outras árvores de fruto que fogem à família dos citrinos, mas que chegam igualmente fresquinhos à mesa de pequeno-almoço.
Nas estações quentes, estão montadas no jardim as Daybeds, que permitem aos hóspedes ler um livro ou meditar à sombra. Como se a Quinta não fosse já um paraíso a Sul, Pedro Estrela conta ter um espaço para massagens ao ar livre ainda a tempo deste próximo verão.
Numa zona mais escondida, obviamente rodeada por laranjeiras, há a piscina de água salgada com bar de apoio, convidando-nos a preguiçar e a beber.
São 36 hectares onde há mais vida para além do arvoredo. Não é preciso ser paciente para nos cruzarmos com coelhos que andam livremente pela propriedade, ou até os patos que Pedro alimenta pela manhã. As cadelas Poppy e Margarida também por ali andam, atentas, mimosas e fáceis de adorar.
A unidade não dispõe de restaurante, mas há refeições light que pode pedir, como tostas, saladas e outras coisas leves.
Se os ares do Algarve e do laranjal lhe despertarem fomes que não se findam com refeições frugais, recomendamos o restaurante Gilão, em Tavira. Inserido no antigo mercado municipal, a chef Cecília Paixão é quem toma conta dos sabores apresentados na carta, que chega a ser alterada quatro vezes por ano.
Os produtos são frescos e da época, algarvios e de fusão.
Foi em 2013 que Ângela agarrou no negócio de família e transformou o snack-bar de espaço reduzido no restaurante de fusão que é hoje o Gilão. De cachorros e hambúrgueres, a carta evoluiu para chamuças de cavala, vieiras com molho de citrinos, muxama de atum e mais variedade de pratos que nos deixam a salivar.
A ideia de Ângela não era tomar conta do espaço, mas começou a mudar «demasiadas coisas» para depois não assumir a responsabilidade, conta-nos, entre risos. Deixou o emprego e dedicou-se ao restaurante com nome de rio.
A famosa chamuça de cavala com molho de caril e gengibre está na carta desde a abertura do espaço e não vai sair dali tão cedo. Não deixe de provar ainda o polvo no espeto ou a perna de pato. Quanto às sobremesas, recomendamos tudo. Gostamos ainda mais do Gilão quando a ‘playlist’ não repete. Passamos de Banda do Mar para Aretha Franlkin e sorrimos sem saber se é da música ou da mousse de chocolate com alfarroba.
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