Cientista revela se champôs antiqueda funcionam

Surpreendentemente, os jovens com idades entre os 20 e 25 anos representam 25% dos inquiridos que sofrem de queda de cabelo. Será que os champôs antiqueda funcionam?

Cientista revela se champôs antiqueda funcionam

Por norma, os champôs têm a finalidade de higienizar o couro cabeludo. No entanto, há aqueles que, para além dessas características, cuidam da saúde capilar. São os dermocosméticos, produtos clinicamente testados que podem trazer bons resultados, nomeadamente para calvície, condição que afeta tanto homens como mulheres. De acordo com os dados da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), em 2018, o número de pessoas atingidas por calvície alcançou os 42 milhões. Surpreendentemente, jovens com idades entre os 20 e 25 anos representam 25% dos inquiridos que sofrem desta condição, geralmente provocada por problemas emocionais e genéticos.

Jackeline Alecrim, cientista especializada na área de Cosmetologia Avançada, abordou a eficácia deste tipo de champôs e como escolher o ideal. “Estudos demonstram que ativos veiculados através de champôs cientificamente desenvolvidos e englobados na classe de dermocosméticos apresentaram efeitos benéficos e podem melhorar fisiologicamente o funcionamento do couro cabeludo. Essa possibilidade representa um avanço importante no tratamento, já que aumenta o leque de opções de coadjuvantes para combater a queda de cabelo”, começa por explicar.

De acordo com estudos publicados entre 2007 e 2008, a efetividade da penetração folicular de ativos específicos numa formulação de champô já podia ser concluída. A partir dessas formulações, foi evidenciado maior e mais rápida penetração de ativos através dos folículos capilares em comparação com ativos administrados por via interfolicular. Tais estudos representam um avanço importante para o controlo da alopecia androgenética e de padrão feminino, significando um aumento nas opções de novas alternativas de tratamento (Otberg et al., 2008; Otberg et al., 2007).

Tratamentos orais podem afetar libido e menstruação

Jackeline Alecrim

A cientista também explicou os fatores que podem levar os pacientes a não aderirem aos tratamentos convencionais de uso oral: a inconveniência da utilização de medicamentos diários e os efeitos colaterais conhecidos como a diminuição da libido, fadiga, irregularidade menstruais e hipotensão postural, são fatores que diminuem a adesão do paciente ao tratamento com medicamentos orais, levando a baixa adesão da terapia. “Deste modo, cada vez mais o uso de formulações tópicas se tornam uma alternativa viável, incluindo champôs de ativos para o couro cabeludo, loções e tónicos capilares”, dá conta.

Estudos de Silva (2019) e de Markova (2004), apontam que essas formulações demonstram resultados positivos para o manejo da calvície, visto que, são capazes de permitir a absorção dos ativos através do couro cabeludo, pela via folicular, atuando de forma eficiente, além de serem práticos e facilmente inseridos na rotina diária dos pacientes. Jackeline também contou mais sobre seu estudo utilizando fitoativos veiculados através de uma formulação específica para o couro cabeludo, com a finalidade de combater a calvície.

“Alguns ativos com características hidrossolúveis, quando devidamente isolados e na concentração correta, apresentam uma alta capacidade de beneficiar a saúde dos folículos pilosos e assim viabilizar o crescimento capilar e até mesmo reverter quadros de calvície, em folículos que não atingiram a fase cicatricial. Dediquei-me durante quatro anos a encontrar a concentração ideal e forma correta de extração, que deu origem a uma tecnologia patenteada que ganhou repercussão mundial e apresenta excelentes resultados na prática clínica”. Ainda assim, a especialista alerta que, apenas produtos específicos e aplicadas no couro cabeludo, área que precisa ser tratada, apresentam a efetividade necessária para o tratamento — a aplicação no comprimento dos fios não alcança efetividade, já que esta região não apresenta atividade fisiológica.

Fotos: Jackeline Alecrim (arquivo pessoal) & Pixabay

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