Festival Iminente mantém-se no Panorâmico de Monsanto em Lisboa até 2020
O festival Iminente, que junta música e arte urbana e começa na sexta-feira, irá manter-se no Panorâmico de Monsanto até 2020, anunciou hoje o presidente da Câmara de Lisboa, admitindo novas utilizações para aquele espaço.
O festival Iminente, que se realizou pela primeira vez em Oeiras, em 2016, e já passou também por Londres, decorre pela primeira vez em Lisboa, entre sexta-feira e domingo, no Panorâmico de Monsanto, espaço que atualmente funciona como miradouro.
“Estamos muito contentes com o entendimento que temos com o Vhils [um dos mentores da iniciativa] para, durante três anos, termos aqui o festival”, afirmou hoje Fernando Medina aos jornalistas, durante uma visita ao local.
O autarca considera que o Iminente, coorganizado com o município, “vai mostrar um novo potencial para utilização do espaço”, que para a Câmara de Lisboa “não era imaginável”.
“Depois deste festival, muita coisa vai mudar na forma como olhamos para este espaço, para a potencialidade que tem e como um espaço com uma história tão mágica como sombria — nunca teve uma grande utilização, e está há várias décadas abandonado, degradado, sem uso”, afirmou Fernando Medina.
O Panorâmico de Monsanto, construído no Parque Florestal de Monsanto em 1968, e que permite uma vista panorâmica sobre Lisboa, está abandonado desde 2001, ano em que encerrou o restaurante que ali funcionava.
Ao longo dos anos, e apesar da degradação, o edifício foi sendo utilizado por muitos como miradouro.
Há um ano, a Câmara de Lisboa realizou trabalhos de limpeza e de colocação de gradeamentos e execução de emparedamentos, para possibilitar o acesso e a circulação de pessoas em condições de segurança.
Em setembro do ano passado, o espaço passou a ser um miradouro oficialmente reconhecido, com horários de abertura e encerramento.
Fernando Medina acredita que “depois deste festival vão aparecer muitas ideias de como este espaço pode ser utilizado”.
“Não tenho dúvida que nas próximas semanas a minha mesa vai estar cheia de propostas e de ideias criativas para este espaço”, disse, referindo que o que vai acontecer nos próximos dias naquele local “é profundamente inspirador e transformador, nunca aconteceu”.
O Iminente servirá, referiu, para a autarquia “fazer aprendizagem de como poderá usar-se o espaço de forma mais intensa nos próximos anos”, admitindo que as iniciativas que o espaço poderá acolher “podem ser de vários tipos”.
O autarca destacou ainda a “forma muito cautelosa” e “muito prudente” como o festival está a ser organizado, “com muito respeito pelo meio ambiente, pela não intrusão do espaço”, naquela que definiu como “uma zona especial da cidade”.
Fernando Medina reconheceu haver em Lisboa “vários espaços que precisam deste tipo de arrojo, de inovação”.
“Em vários estamos a fazê-lo. Talvez o maior projeto em que estamos envolvidos neste momento é toda a área da recuperação de toda a área da Manutenção Militar, uma antiga fábrica que estava abandonada”, disse.
O autarca revelou também que recentemente visitou “galerias do Metro, que hoje não estão utilizadas, e são espaços que podem ganhar uma nova vida”.
O Iminente tem curadoria de Vhils, da plataforma Underdogs, e das editoras Enchufada, Príncipe e Versus.
Nesta edição, o alinhamento de artistas inclui os portugueses Miguel Januário (com o projeto ±maismenos±), Alexandre Farto (Vhils) e Wasted Rita, a dupla espanhola Pichiavo, o francês de origem portuguesa André Saraiva, o angolano Francisco Vidal e os portugueses Ricardo Jacinto, Pedro Gramaxo e o coletivo FAHR 021.3.
Do cartaz musical fazem parte, entre muitos outros, os norte-americanos DJ Maseo, dos De La Soul, e o ‘rapper’ Havoc, metade dos Mobb Deep, o cantor angolano Bonga, o músico sírio Omar Suleyman e os portugueses Conan Osíris, Octa Push, Keso, Valete, Gisela João, Fogo Fogo, Norberto Lobo, Sara Tavares, Napoleão Mira, Carlão, Nídia, DJ Glue e Marta Ren & The Groovelvets.
Os bilhetes para sexta-feira e sábado estão esgotados.
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