Lexus ES | Familiar de luxo com perfil de gazela e músculo de tigre [ensaio]
Herdeiro do design do coupé LC, o novo Lexus ES resulta da inspiração inicial da marca nipónica de luxo em alcançar a inspiração da elegância provocadora.
A marca luxuosa nipónica não conhece limites para tornar os veículos em experiências para lá do esperado. A inspiração para o design do renovado Lexus ES é o conceito ‘provocative elegance’, elegância provocadora. A Lexus queria um modelo que não deixasse ninguém indiferente. E, uma vez mais, alcança-o. Irrepreensivelmente. O novo capítulo do design da Lexus vem na sequência do coupé LC – que já ensaiámos – e do topo de gama LS, linguagem que a Lexus vem construindo de forma muito distinta. O ES tem silhueta de coupé, mas não abdica daquilo que é a habitabilidade, principalmente traseira, confortável e ainda mais espaçosa do que na versão anterior.
Obsessão artesanal e tecnologia de topo
O habitáculo é obviamente centrado no condutor. Em termos de ergonomia, todos os controlos estão junto ao condutor, à volta dele, à volta do volante, resultado de um cuidado muito especial pela posição de condução. Como não poderia deixar de ser, na Lexus há um cuidado muito especial com os materiais utilizados, com qualidade de construção e àquilo a que a Lexus chama de perícia artesanal takumi [artesão]. Os takumi da Lexus são engenheiros artesãos extremamente experientes, impreterivelmente com mais de 25 anos na marca, que supervisionam tudo o que é construção do carro e a atenção a tudo o que é detalhe no interior e no exterior.
Sistema TFT de 7 polegadas e um ecrã de 12.3 polegadas com nova resolução
O Sistema TFT de 7 polegadas e um ecrã de 12.3 polegadas com nova resolução proporciona-nos uma visão imediata das várias funções do sistema multimédia e um head-up display, um dos maiores do segmento, a cores e com nitidez muito, muito boa e com um pormenor bastante interessante. Para além de ser um head-up display, foi feito de forma a que seja projetado a cerca de dois metros e meio daquilo que é a nossa visão, do nosso ângulo de visão.
Assistência à condução e segurança
A assistência à condução é um dos pontos mais importantes do novo ES. Trata-se de uma área onde a Lexus tem investido imenso. Não só no caminho para a condução autónoma e para vários sistemas de ajuda, mas também em termos de segurança passiva e ativa. O novo modelo tem a segunda geração do sistema Lexus Safety System Plus. O veículo tem um sistema de pré-colisão com reconhecimento noturmo de peões que, abaixo dos 40 quilómetros horários, trava autonomamente se o sistema reconhecer que há alguém a atravessar a estrada. E um sistema, o Lexus DoDrive, que, basicamente, é o conjunto de dois sistemas: o cruise control adaptativo (que mantém a distância ao veículo da frente, abranda e até pára) e a assistência à demarcação de faixa, um assistente à trajetória na faixa.
Lexus DoDrive eleva a condução e a segurança
O sistema Lexus DoDrive não só lê aquilo que são as marcações na estrada como, se elas estiverem desgastadas ou até apagadas, toma o veículo que está à frente como referênica e segue-o, mantendo a viatura dentro da faixa aumentando a segurança da condução. Fruto de todo este investimento de conhecimento e investigação, o ES foi reconhecido no final do ano passado com 5 estrelas Euro NCAP, já com o sistema mais recente dos testes Euro NCAP. Mais do que isso, foi reconhecido como o melhor da classe em duas áreas: carro familiar e carro híbrido elétrico. É, portanto, nestas duas áreas, o veículo mais seguro do segmento.
Sistema adaptativo de luzes máximas e travagem autónoma
A câmara frontal reconhece os veículos que o precedem, como já vimos, e também o veículo que vem em sentido contrário, e apaga os leds para não ofuscar os outros condutores, mantendo a iluminação de peões e circundante para aumentar a sua segurança na via, que se trate de uma rua ou de uma estrada. Uma das situações mais graves em termos de acidentes com peões tem que ver com a situação de marcha-atrás. Por isso, o Lexus ES aciona o sistema de travagem autónoma que reconhece o peão, o veículo que se aproxima ou mesmo algum objeto estático. Nessa condição, trava sem mais questões, evitando qualquer tipo de colisão.
Conforto, espaço e insonorização
O trabalho efetuado nos bancos, não só da frente, mas também da traseira, é notável. Os da frente são ajustáveis em 12 posições e demoraram três anos a serem desenvolvidos para que se atingisse a perfeição não só para poderem ser acomodados vários tipos de estaturas, mas para que a excelência do ponto de vista de conforto e comodidade durante a viagem fosse atingido. Os bancos traseiros têm a melhor distância da classe, superior a um metro, e, na versão Luxury, podem ser reclináveis em 8 graus. Nesta versão, a consola traseira tem os comandos para este efeito e ainda outros, que permitem ligar a ventilação e o aquecimento do banco, algo único no segmento.
Isolamento acústico elimina ruído de motor e de rolamento
Em termos de silêncio, houve um trabalho muito detalhado, não só do ponto de vista dos materiais como no que toca a medidas de supressão do ruído, do isolamento e da absorção de som. O ES herda do LS a introdução de uma cavidade nas jantes, cujas funções são a redução de peso e a supressão do ruído de rolamento. O isolamento acústico é feito em três camadas de material ecológico para eliminar o ruído de motor e de rolamento. No que toca ao som, o sistema Mark Levinson debita 1800 watts em 17 colunas. Só ouvindo…
Lexus ES está mais baixo, mais largo, mais comprido mais leve e mais dinâmico
Mais baixo, mais largo e ligeiramente mais comprido, o Lexus ES tem, contudo, como principal vantagem a distância entre eixos, que permite maior área no habitáculo. Há ainda a redução de peso com a introdução de aços de alta capacidade elástica e a utilização de alumínio e de adesivos colocados em locais estratégicos para reduzir, também, o peso. As suspensões são também completamente novas, não só à frente, do tipo MacPherson, mas também atrás, com triângulos de guiamento. Há ainda mais uma estreia mundial no que respeita ao capítulo da suspensão: os amortecedores. Aumentam a precisão no input que colocamos na direção e oferecem mais precisão na condução, graças à nova válvula de baixa velocidade dos amortecdores.
Tração frontal com sensação de traseira
O Lexus ES é um veículo de tração frontal. No entanto, em termos de equilíbrio da carroçaria – com as novas suspensões e com a colocação das baterias debaixo dos bancos traseiros – tem um comportamento muito neutro e muito similar àquilo que é a condução de um automóvel de tração traseira. O ES estreia uma nova plataforma, a GA-K (Arquitetura-Global K), que permite um exterior muito mais aerodinâmico, um interior muito espaçoso e uma condução envolvente.
Motor menos ruidoso e mais económico e transeixo híbrido
Novos apoios de motor do Lexus ES permitem a redução considerável das vibrações da motorização e a quarta geração do sistema híbrido – self charging hybrid – não só permite o carregamento das baterias com o faz com muito mais rapidez. A isto acrescenta-se outra vantagem, a de circulação em velocidades muito superiores em EV [motorização exclusivamente elétrica], bem como consumos ainda mais interessantes. O motor é um 2,5 litros mais leve e mais compacto, a potência combinada é de 218 cavalos, com 4,4 litros ao 100 de consumo e as emissões são baixíssimas, já WLTP. A Lexus promoveu na bateria um trabalho em termos de compactação em 10% de massa e de perdas.
Centro de gravidade mais baixo deixa o Lexus mais estável e equilibrado
Além de, como vimos, carregar mais rapidamente e de ter mais capacidade de armazenamento do que as anteriores e de proporcionar rolamento a velocidades mais elevadas, a bateria de hidretos metálicos de níquel foi reposicionada. Passou da bagageira para debaixo do banco traseiro, graças a uma redução em 120 mm da altura da bateria e à adoção de um sistema de refrigeração mais compacto, e ganha uma outra não menos importante função: com o peso mais centrado no veículo, rebaixa o centro de gravidade tornando o Lexus mais estável e equilibrado.
Ensaio WiN | Texto: Luís Martins; Imagem e edição: António Guimarães
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