“Obrigado pelo atraso” é um guia otimista para aprender a viver mais lentamente
Obra mais ambiciosa de Friedman chega a Portugal e ensina-o a viver o tempo de outra forma
Obrigado pelo atraso é o nome da obra mais recente de Thomas Friedman, um dos mais aclamados colunistas do New York Times, três vezes vencedor do Prémio Pulitzer. Nesta obra, um guia otimista para vencer na era da velocidade, o autor mostra, entre outras coisas, que podemos vencer as múltiplas tensões de uma época de acelerações se abrandarmos, se nos atrevermos a atrasar-nos e usarmos o tempo para repensar o trabalho, a política e a comunidade. O mundo está a mudar a uma velocidade estonteante, e as nossas vidas estão a ser transformadas por todos os lados ao mesmo tempo. Em “Obrigado pelo atraso”, o autor expõe estes movimentos tectónicos que estão a redefinir o mundo de hoje, e explica ainda como tirar o máximo proveito deles e como amortecer os piores impactos.
Escrito de uma forma clara e profunda, esta obra de Friedman pretende trazer-nos uma nova abordagem sobre os paradigmas atuais e a forma como vemos o mundo. O modo como entendemos as notícias, o trabalho que fazemos, a educação de que os nossos filhos precisam, os investimentos que o nosso empregador tem de fazer, e as escolhas morais e geopolíticas em que o nosso país tem de navegar, tudo para ler nesta obra.
O autor, que iniciou a sua carreira no jornal The New York Times em 1981 como jornalista da área financeira, começa por nos levar à sua própria maneira de ver o mundo. E, depois de um rápido editorial, passa a escrever aquilo que se poderia chamar “uma coluna gigante sobre o século XXI”. A sua tese é a seguinte: para entender o século XXI, precisamos de compreender que as três maiores forças do planeta – A Lei de Moore (tecnologia), o Mercado (globalização) e a Mãe Natureza (alterações climáticas e perda de biodiversidade) estão em aceleramento simultâneo, e que estas acelerações estão a transformar cinco pontos-chave: o local de trabalho, a política, a geopolítica, a ética e a comunidade.
Porque é que isto está a acontecer?
Como mostra Friedman, o aumento exponencial do poder de computação definido pela lei de Moore tem muito a ver com isso, assim como o ano de 2007, que foi um importante ponto de viragem devido ao lançamento do iPhone, juntamente com os avanços em chips de silício, software, armazenamento, sensores e redes, que criou uma nova plataforma tecnológica. Friedman chama esta plataforma de “a supernova” – pois é uma libertação extraordinária de energia que está a remodelar tudo, desde o modo de chamar um táxi, ao destino das nações e aos nossos relacionamentos mais íntimos. É, para o autor, a criação de novas e vastas oportunidades para indivíduos e pequenos grupos poderem salvar o mundo ou destruí-lo.
Friedman pretende mostrar que podemos vencer as múltiplas tensões de uma época de acelerações e pessimismo se abrandarmos, se nos atrevermos a atrasar-nos e usarmos o tempo para repensar o trabalho, a política e a comunidade.
Também o autor afirma nunca ter tempo para nada porque existem sempre, e cada vez mais, coisas para fazer. E que, devido à sua profissão, grande parte dos seus dias são ocupados com encontros junto de empresários, políticos e, entre outros, fontes de informação. A propósito destes encontros, e tendo em conta que estamos num mundo cada vez mais veloz, o autor acabou por constatar que os atrasos frequentes das pessoas com quem se ia encontrar o faziam ter mais tempo para si. E foi neste tempo – que Friedman acabou por preencher a pensar – que surgiram as ideias que agora sustentam este livro. Daí o agradecimento do autor a quem se atrasa estar implícito no título desta obra – a mais ambiciosa que já escreveu.
O preço do livro é de 22,90€.
Siga a Impala no Instagram