Administração Trump despede funcionários encarregados de promover a diversidade
A Administração Trump pediu às agências federais norte-americanas que encerrem todos os gabinetes responsáveis pela promoção da diversidade e da justiça ambiental e que despeçam os funcionários que aí trabalham.
O despedimento em larga escala de funcionários federais responsáveis pela luta contra a discriminação no seio do aparelho de Estado ocorreu no quinto dia do segundo mandato de Donald Trump e no mesmo dia em que o novo Presidente dos Estados Unidos tomou uma série de medidas antiaborto.
Todos os ramos do Governo federal norte-americano “devem tomar medidas para extinguir, na medida do permitido por lei, gabinetes e empregos” responsáveis pela promoção da diversidade e da justiça ambiental “no prazo de 60 dias”, refere um memorando do departamento responsável pelos funcionários públicos publicado esta sexta-feira.
Esta é mais uma medida que se segue à decisão de quarta-feira de colocar em licença forçada por um prazo de dois meses todos os funcionários que trabalham na Administração federal em programas DEIA (Diversidade, Equidade, Inclusão e Acessibilidade).
Os organismos federais “podem e devem” iniciar o processo de despedimento destes funcionários “a partir de agora”, segundo o memorando.
O termo “DEI” ou “DEIA”, que no vocabulário dos recursos humanos se refere aos esforços para recrutar pessoas de minorias raciais ou sexuais, tornou-se um dos espantalhos da direita dura norte-americana.
Durante a campanha, os apoiantes de Trump atacaram a candidata democrata Kamala Harris, afirmando que a ex-vice-presidente era uma “recruta DEI”, o que implicava que tinha sido escolhida apenas pela sua identidade e não pelas suas qualidades.
Além dos programas do DEI, a instrução de sexta-feira inclui agora a justiça ambiental, expressão que corresponde ao “tratamento equitativo e à participação efetiva de todas as pessoas, independentemente dos seus rendimentos, raça, cor da pele, nacionalidade, filiação tribal ou deficiência” na tomada de decisões do Governo federal “em questões que afetam a saúde e o ambiente”, segundo uma definição da Agência Federal de Proteção do Ambiente, a EPA, que tinha – até agora – um ramo específico.
No primeiro dia de mandato, na segunda-feira, Donald Trump também prometeu acabar com as políticas a favor dos transexuais, afirmando que os Estados Unidos só reconheceriam “dois sexos, masculino e feminino”.
O 47.º Presidente dos Estados Unidos confirma assim, tal como o fez ao longo de toda a campanha, a vontade de atacar aquilo que alguns conservadores americanos consideram ser os excessos dos programas de diversidade e de inclusão das minorias.
APL // CAD
By Impala News / Lusa
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