Agências de 20 países querem criar Observatório Espacial do Clima
As agências espaciais de uma vintena de países propuseram a criação de um Observatório Espacial do Clima, para mutualizar a informação climática obtida a partir do espaço.
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As agências espaciais de uma vintena de países propuseram a criação de um Observatório Espacial do Clima, para mutualizar a informação climática obtida a partir do espaço, em declaração adotada na noite de segunda-feira, em Paris.
China, Japão, Índia, Europa, Reino Unido, Alemanha, Itália, Suíça, Áustria, Suécia, Noruega, Roménia, Israel, Ucrânia e Emirados Árabes Unidos adotaram esta “Declaração de Paris”, redigida sob o impulso francês.
A agência dos EUA para os oceanos e a atmosfera (NOAA, na sigla em inglês) não esteve presente na reunião, que decorreu na sede do Centro nacional de Estudos Espaciais (CNES, na sigla em francês), a propósito da cimeira sobre o clima que o Presidente francês, Emmanuel Macron, organiza hoje. A agência espacial russa também esteve ausente.
Sobre as 50 variáveis climáticas essenciais para a compreensão do clima, 26 são observadas a partir do espaço, graças aos satélites. Estes últimos suguem designadamente a evolução das temperaturas do globo, a subida do nível das águas e a emissão de gases com efeito de estufa, como dióxido de carbono e metano.
“Na medida onde a vigilância desde o espaço é, por definição, independente das fronteiras e universalmente acessível, o espaço é particularmente pertinente para permitir a tomada de consciência das questões ligadas às alterações climáticas”, sublinharam as partes na Declaração.
“Sendo as alterações climáticas um processo de longo prazo, é absolutamente vital dispor de séries de dados de alta qualidade, que se estendem por um período longo (pelo menos 30 anos)”, destacou-se no texto.
“O objetivo deste observatório é conseguir coordenar os meios que existem”, disse à agência AFP o presidente do CNES, Jean-Yves Le Gall.
“Hoje, a maior parte dos países não partilham os seus dados obtidos por satélite sobre o clima. É preciso chegar a uma livre circulação destes dados”, defendeu. “Mas é preciso que os países se ponham de acordo sobre a nomenclatura destes dados, sobre a sua forma, para que se possam comparar”.
No início, as agências favoráveis ao projeto vão refletir sobre normas comuns para a sua informação climática.
“O objetivo é criar depois um sítio na internet reunindo toda essa informação”, como existe para a relativa às catástrofes naturais a nível mundial, indicou Jean-Yves Le Gall.
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