Alcochete: Luís Maximiano recorda dia do ataque à Academia

A sessão desta segunda-feira, 9 de dezembro, ao ataque da Academia de Alcochete – a 15 de maio de 2018 – conta com o depoimento de Luís Maximiano, um dos jogadores presentes no dia da invasão.

Alcochete: Luís Maximiano recorda dia do ataque à Academia

A sessão desta segunda-feira, 9 de dezembro, ao ataque da Academia de Alcochete – a 15 de maio de 2018 – conta com o depoimento de Luís Maximiano, um dos jogadores presentes no dia da invasão.

LEIA DEPOIS
Sporting: Raul José pensou que «não iriam sobreviver» ao ataque a Alcochete

Questionado sobre o dia, o jogador do Sporting recordou:  «Fui para o treino, como fazia sempre. Estava no local onde calçava as botas, ao lado do balneário. Começaram a fechar as portas, para não entrarem no balneário. A imagem que tenho é de começarem a fechar as portas do balneário e entrarem várias pessoas com máscara. Aí deu para perceber que era algo mais sério. Foram em direção ao Rui Patrício, ao William de Carvalho, ao Battaglia, ao Wendell.»

Luís Maximiano afirma que Vasco Fernandes – preparador física da equipa – tentou fechar a porta do balneário, mas foi empurrado pelos atacantes, que eram «pelo menos 20». Além das agressões, foram lançadas ainda tochas. «A última foi em direção a um elemento da equipa técnica, Mário Monteiro», recorda. O jogador, de 20 anos, afirma que antes de saírem do balneário, os atacantes deixaram um aviso. «Ouvi dizerem:  ‘Não ganhem no domingo que vocês vão ver.»

Questionado sobre como a situação o fez sentir, o jogador confessa ter ficado com receio. «Fiquei com medo. Fiquei a pensar o que é isto? Fiquei com receio, era jovem, ainda sou. Fiquei assustado com o que podia acontecer a seguir, com medo de jogar, porque podia voltar a acontecer».

Perante a invasão, Maximiano afirma que nenhum dos presentes conseguiu reagir. «Ficaram todos parados e admirados com o que estava a acontecer. Estávamos a preparar-nos para sair para o treino e ninguém estava a espera. Ficamos todos parados.»

Um dia antes do ataque à Academia de Alcochete, foi realizada uma reunião com a equipa e direção do clube. Apesar de à data não fazer parte do plantel principal da equipa, Maximiano esteve presente. «O Bruno de Carvalho estava lá connosco a dizer que tinham havido alguns conflitos com a claque – não estava presente não sei bem . mas o presidente disse que nos ia proteger, que estava connosco», afirma, referindo-se ao conflito que surgiu após o jogo na Madeira.

Relativamente à alteração da hora do treino – que, alegadamente, estaria marcado para a parte da manhã – o jogador não se recorda. «Foi o Vasco que mandou mensagem, como manda normalmente.Soube já da parte da noite, depois da reunião», diz Maximiano.

«Vi um individuo em cima do Rui Patrício a dizer que ele não merecia a camisola [do Sporting]»

Miguel Coutinho, advogado do Sporting, questionou Maximiano sobre as agressões que foram feitas a alguns dos jogadores. «Disse que o  William de Carvalho levou um murro no peito. Estava rodeado por quantas pessoas?», diz advogado. «Acho que estavam duas pessoas ao pé dele.»

«E quanto ao Rui Patrício , o que viu?», questiona o advogado. «Vi um indivíduo em cima dele a dizer que não merecia a camisola e acho que lhe deram um murro no peito», diz o jogador. Quanto ao Battaglia, que foi atingido com um garrafão de água, Maximiano recorda:  «Vínhamos das zonas das macas e o garrafão estava lá. Ele conseguiu defender-se com os braços.»

O jogador Acuña foi pontapeado e empurrado para o cacifo do balneário. «Empurraram-no e ele entrou no cacifo. Tinha mais do que uma pessoa à volta dele, umas duas ou três», diz.

Texto: Sílvia de Abreu

LEIA MAIS
Previsão do tempo para esta terça-feira, 10 de dezembro
Sismo de 4,5 atinge centro da Itália sem provocar vítima

Impala Instagram


RELACIONADOS