Angela Merkel continua aos comandos da Alemanha com 33,3% em eleição polémica

Angela Merkel venceu as eleições legislativas pela quarta vez, governando o maior estado da União Europeia. A chanceler alemã terá agora de comandar o país sem maioria absoluta

Angela Merkel continua aos comandos da Alemanha com 33,3% em eleição polémica

Angela Merkel venceu as eleições como se previa, mas abaixo das sondagens. Os Partidos da União que apoiaram a candidata, CDU (União Democrata-Cristã) e CSU (União Social-Cristã), esperavam 36% dos votos, conseguindo 33,3%. A vitória da Chanceler alemã contou com menos 8,2%, em comparação às legislativas de 2013.

“Não vamos estar com rodeios, esperávamos um resultado melhor. Mas não nos podemos esquecer que tivemos uma legislatura cheia de desafios”, lamentou Merkel no discurso de vitória.

A candidatura dos Partidos da União conseguiu 34,4% do parlamento (Bundestag), que resulta em 219 deputados.

Segundo as projeções às 18h00, com 20,9% dos votos ficou Martin Schulz, do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).

A restante votação terá  ficado dividida da seguinte forma: AFD (Alternativa para a Alemanha) 13,2%, FDP (Partido Democrático Liberal) 9,9%, Grüne (Aliança 90/Os Verdes) 9,4% e Linke (A Esquerda) 9% e restantes partidos somam 4,3%.

Eram chamados a votar 61,5 milhões de eleitores. Nas últimas eleições legislativas, em 2013, foram 71,5% dos inscritos às urnas. A pior participação dos alemães data de 2009, com 70,8%.

Merkel chamou a atenção dos jornalistas, ao surgir com um casaco laranja no momento de votar, a mesma cor do partido que a apoiou. A candidata dirigiu-se às urnas por volta da hora de almoço mostrando confiança, mas sem prestar declarações. Votou na Universidade Humboldt, em Berlim.

 

Eleições legislativas polémicas

Ainda no decorrer das votações, na região de Brandenburg / Havel, os boletins foram mal impresos, faltando zonas de voto. O problema foi resolvido e os boletins errados nem chegaram às mãos dos eleitores.

As impressões erradas podem ocorrer”, desvalorizou o chefe de eleições regionais.

Outra das polémicas está relacionada  com o partido de extrema direita, o AFD, ser a terceira força política, tendo conseguido 13,2% da votação, mais 8,5% em comparação com as eleições de 2013. Já no Bundestag elegeu 87 lugares. Os alemães, na sua maioria, estão a encarar o sucedido como um choque e assumem ter medo desta forte presença no parlamento, pela primeira vez na história do país.

Cerca de uma centena de pessoas reuniram-se junto à sede do partido de extrema-direta. Os anti-AFD gritaram diversos slogans contra o partido, sendo necessária intervenção policial.

Marine Le Pen, da extrema direita francesa, já deu os parabéns ao partido AFD:

“Parabéns aos nossos aliados da AFD por esta pontuação histórica! É um novo símbolo do despertar dos povos europeus”, escreveu Le Pen.

Por outro lado, Martin Schulz, no discurso após as primeiras projeções, afirmou que não irá apoiar Angela Merkel, optando por seguir na oposição. Nos últimos anos, os partidos que apoiam a Chanceler e o SPD trabalhavam em coligação.

“Estamos todos de acordo em ficarmos como o maior partido da oposição. A nossa próxima tarefa é cerrar fileiras e trabalhar lado a lado como um partido”, afirmou Schulz.

Texto: Pedro Ramos Bichardo

 

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