25 Abril: Cotrim Figueiredo leu uma carta dirigida ao filho mais novo, que faz hoje 18 anos

A Iniciativa Liberal defendeu hoje que caso se resista a “conformismos e falsos unanimismos” e se impeça que “o Estado se confunda com um partido”, os portugueses “serão tão bons como os melhores e mais livres do que nunca”.

25 Abril: Cotrim Figueiredo leu uma carta dirigida ao filho mais novo, que faz hoje 18 anos

No primeiro discurso da Iniciativa Liberal numa sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974 — uma vez que o partido chegou ao parlamento pela primeira vez nas eleições do ano passado — João Cotrim Figueiredo leu uma carta dirigida ao seu filho mais novo, que faz hoje 18 anos, e que “no fundo se dirige a toda uma geração”.

“Graças ao 25 de Abril e ao 25 de Novembro, nasceste num país democrático e livre, mas a liberdade que verdadeiramente interessa não é a dos países, é a das pessoas e não há verdadeira liberdade enquanto não houver igualdade de oportunidades e possibilidade de escolha”, refere.

O deputado liberal lamenta que, apesar da geração do seu filho ter nascido “num país livre”, não nasceu “num país próspero”, assumindo “parte da responsabilidade por isto”.

“Se resistirmos aos conformismos e aos falsos unanimismos, se não deixarmos que o Estado se confunda com um partido, se a crítica e a diferença forem vistas como a força que são, se não dermos espaço ao oportunismo nem à intriga, os portugueses, repito, serão tão bons como os melhores e mais livres do que nunca”, considerou.

Segundo João Cotrim Figueiredo, “nada disto cairá do céu” e todos têm de fazer a sua parte.

O deputado da Iniciativa Liberal lamentou que a sua geração não tenha deixado um país à altura das ambições dos mais novos.

“O Portugal que vos deixamos quase não cresce desde que nasceste, há 18 anos e foi ultrapassado por países que eram mais pobres do que nós há 18 anos”, lamentou, pedindo desculpa pelo facto de o seu filho e sua geração ir ter menos oportunidades.

No entanto, para Cotrim Figueiredo não é tempo de desesperar porque “é possível mudar”, permitindo assim aos portugueses escolher o caminho da sua vida, a escola ou o médico.

“Foi para isso que se fez o 25 de Abril. Para te libertar de uma ditadura, sim, mas acima de tudo, para te libertar de tudo e de todos os que não te deixam procurar aquilo a que mais desejas. Um beijo do teu pai, que te deseja um dia, e uma vida, livre e muito feliz”, disse o liberal, no final de discurso, visivelmente emocionado.

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