25 Abril: Torre do Tombo mostra “retrato do país” na Revolução dos Cravos

O Arquivo Nacional da Torre do Tombo inaugura na próxima segunda-feira uma exposição de fotografia sobre a Revolução dos Cravos, que pretende ser “um retrato do país”, no dia 25 de Abril e seguintes, disse Patrícia Ferreira, da instituição.

25 Abril: Torre do Tombo mostra

Em declarações à agência Lusa, a responsável explicou que a exposição, intitulada “Dias de Abril: Um Caminho, Múltiplas Vozes”, resulta do trabalho em rede da Torre do Tombo com os arquivos distritais, tendo para esta exposição contribuído outros arquivos públicos e coleções privadas.

“A exposição é um retrato do país, a partir de um levantamento realizado por todo o país, através dos arquivos distritais, de fotografias do dia ou dias seguintes ao 25 de Abril de 1974, de todo o território nacional, para, assim, dar uma visão alargada do que foi o 25 de Abril”, disse.

“Dias de Abril: Um Caminho, Múltiplas Vozes” procura “apresentar um testemunho dos dias de Abril de 1974, em que a madrugada de 25 de Abril mudou para sempre o caminho político e social que Portugal tinha percorrido nos últimos 48 anos.”

Além de fotografia, a exposição inclui outra documentação, nomeadamente um conjunto de provas fotográficas pertencentes ao Arquivo Fotográfico do antigo SNI — Secretariado Nacional de Informação, que “testemunham o movimento militar nas ruas de Lisboa”.

“Apresentam-se também alguns cartazes, imprensa vária da época, nomeadamente as cinco tiragens do Jornal O Século, do dia 25 de Abril de 1974, e uma seleção de documentos do Arquivo [do tenente-coronel] Ernesto Melo Antunes [1933-1999, um dos nomes-chave do Movimento das Forças Armadas], onde se pode observar a sua perspetiva pessoal dos eventos e das reuniões tidas nos dias seguintes à Revolução”.

“Esta exposição encontra-se distribuída por três salas do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, [na cidade universitária] em Lisboa, apresentando a primeira uma perspetiva dos antecedentes próximos do processo revolucionário, uma segunda sala, que expõe o processo revolucionário do Movimento das Caldas [tentativa de golpe de Estado frustrada, ocorrida em 16 de março de 1974] à madrugada do 25 de Abril, e a terceira sala onde é possível observar o reflexo desses dias de Abril a nível nacional.”

A exposição é inauguirada na próxima segunda-feira, as 16:00, e vai estar patente até 28 de junho.

O evento de inauguração tem lugar no dia 15 de abril, pelas 16:00, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Este ano assinalam-se os 50 anos da Revolução de Abril, movimento liderado por militares que colocou fim a um regime autocrático que vigorava desde 1926, agravado pela Constituição de 1933 que impôs a ditadura do Estado Novo, com o seu partido único e a restrição das liberdades cívicas.

O Movimento das Forças Armadas tinha como prioritária a “política dos três D” – Democratizar, Descolonizar, Desenvolver -, que levou à Constituição da República, aprovada pela Assembleia Constituinte em 1976, depois de realizadas as primeiras eleições democráticas em cerca de 50 anos, as primeiras no país de voto universal.

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By Impala News / Lusa

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