A versão da mãe de Julen: «Deixei de ouvi-lo chorar e comecei a gritar, desesperada»

Findadas as operações de resgate do pequeno Julen, o processo continua em Espanha para apurar responsabilidades

Findadas as operações de resgate do pequeno Julen, o processo continua em Espanha para apurar responsabilidades. Em causa estão possíveis condenações do homem que fez o poço e do dono do terreno, David, primo do menino.

A mãe de Julen contou a sua versão dos facto à Guardia Civil, avança o La Sexta. Segundo o relato, cerca das 13h48 daquele fatídico domingo, Victoria e a família desfrutavam de um piquenique no terreno e a mulher afastou-se dos demais para ligar ao patrão, informando que não se sentia bem e não iria trabalhar.

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Questionada sobre onde estava Julen nesse momento, Vicky afirma que estava ao cargo do pai.

Foi nesses momentos em que Vitoria se afastou da família que o pior aconteceu. Ouviu os gritos, e aproximou-se do poço também.

«Ao aproximar-me da boca do poço escutei o meu filho chorar e vi que o meu marido estava a retirar das bordas as pedras e areia para não caírem para dentro», descreve a mulher.

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«Deixei de ouvi-lo chorar e comecei a gritar, desesperada», terá dito ainda a mãe de Julen.

Também a prima de Julen, presente naquele dia, foi ouvida pelas autoridades espanholas. A mulher relata que «estava com a minha filha a uns dois metros e meio de Julen, quando de repente Julen desapareceu. Corri para ver e vi aquele poço e ouvi o som da queda do menino. O pai de Julen estava próximo e também viu como caiu no poço».

Fontes policiais avançam ao El Mundo que a Guardia Civil espanhola vai acusar todos os responsáveis pela construção do furo ilegal onde caiu o pequeno Julen, em Málaga.

As mesmas fontes avançam que as autoridades vão enviar às entidades competentes um relatório que detalha os trabalhos ilegais elaborados na quinta de Totalán.

O dono do terreno, David, primo de Julen, queria construir uma casa no terreno e terá ordenado que este fosse rebaixado. Terá sido durante esse trabalho que a pedra que selava o furo foi retirada.

Agora, a Guardia Civil está a identificar todas as pessoas que participam nesses trabalhos para que sejam interrogadas.
O menino de dois anos foi encontrado 13 dias depois da queda, numa operação que moveu bombeiros, mineiros e polícias. O funeral realizou-se este domingo, dia 27 de janeiro. A Guardia Civil pretende agora determinar o grau de responsabilidade a ser atribuído ao dono do terreno, David, que é também primo de Julen, e ao responsável pela construção do poço, António Sánchez.

Segundo o ‘El Mundo’, os dois homens podem ser acusados de homicídio por negligência, e enfrentar uma pena de prisão que poderá ir de um até quatro anos. Os suspeitos já prestaram declarações junto das autoridades que pretendem saber se estes tinham conhecimento de que o poço estava mal protegido e que poderia ser um risco para a integridade física de Julen.

 

 

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