Advogada de Diana Fialho diz que professora Amélia tinha medo do genro e não da filha
Tãnia Reis, advogada de Diana Fialho, dá a entender que o crime foi perpetrado por Iuri Mata e não pela filha de Amélia Fialho
A nova advogada de Diana Fialho é Tânia Reis, advogada e amiga de Rosa Grilo, que entretanto se tornou amiga da filha adotiva de Amélia Fialho. As mulheres estão em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Tires e foi lá que estreitaram relação. Ambas são suspeitas de homicídio. Diana Fialho da mãe, Rosa Grilo do marido.
Em entrevista ao programa da SIC, Linha Aberta, a advogada conta que foi «contactada pela Diana Fialho que terá adquirido o meu contacto através da Rosa Grilo.» A acusação diz que Diana Fialho e o marido, Iuri Mata, assassinaram a professora Amélia Fialho por dinheiro, mas Tânia reitera que Diana não confessou nada, quem o fez foi Iuri.
«A minha cliente remeteu-se ao silêncio em primeiro interrogatório judicial. É um direito que lhe assiste»
Sobre a compra de materiais que fizeram para alegadamente queimar o corpo de Amélia Fialho, a advogada afirma que a «constituinte não confessou crime nenhum porque não praticou quaisquer factos que estão na acusação. É certo que existem imagens de Diana na bomba de gasolina, mas têm o valor que têm, e cada qual interpreta como quer». Mas a advogada vai mais adiante, e afirma que não se pode provar que o corpo encontrado é o de Amélia.
«Relativamente ao corpo que apareceu, nada pode concluir que pode ser o de Amélia Fialho, até porque só apareceu um pé. Apenas há o relatório da autópsia, mas nada nos garante que seja o corpo de Amélia».
Diana Fialho e o marido são acusados da prática de dois crimes: homicídio qualificado, profanação e amputação de cadáver.
Iuri Mata, marido de Diana Fialho, já confessou –diz que Diana colocou comprimidos na bebida que a professora tomava para emagrecer. Mais tarde, a vítima bebeu a mistura e disse que se estava a sentir a desmaiar, tendo ido deitar-se. Pelas 21 horas, Iuri foi buscar o martelo e terá desferido o primeiro golpe. Diana ter-se-à apercebido de que a mãe ainda estava viva e terá dito «rápido, continua a bater». Iuri diz que não conseguiu desferir mais golpes e que a mulher lhe terá tirado o martelo da mão e batido com este na cabeça da mãe várias vezes.
De seguida, o casal livrou-se corpo e limparam a casa com lixívia, porque segundo Diana esta substância destrói o ADN. Sobre esta confissão, Tânia Reis declara que «é o marido da minha cliente, não é a minha cliente que diz isto» – «o que Diana diz nos autos não tem nada que ver com este discurso.»
Diana Fialho confessou, sim, às autoridades, ter tido uma discussão com a mãe no dia do crime, 1 de setembro de 2018. Segundo a arguida, Amélia Fialho queria colocá-la a ela e ao marido na rua, uma vez que as coisas na faculdade não estavam a correr bem. A filha adotiva assume que colocou os fármacos no sumo da mãe, mas diz que terá sido Iuri a dar várias marteladas na cabeça da mãe até lhe provocar a morte.
A advogada diz que «relativamente aos comprimidos, e daquilo que falei com a minha constituinte, não quererá dizer que tenha sido para matar mãe. Pode ter sido para acalmar a mãe, devido às recorrente discussões em casa. Não sabemos a quantidade nem o nome do fármaco administrado»
Carlos do Carmo, antigo coordenador da investigação da PJ, conta que Amélia «andava receosa de que algo lhe acontecesse. Terá comentado com os colegas da escola, onde trabalhava, que se alguma coisa lhe acontecesse já saberiam quem eram os suspeitos – Diana e o marido -. Isto é o que vem no documento a que tivemos acesso. Os exames forenses dizer que a morte ocorreu dentro da casa da senhora e que o corpo terá sido transportado num veículo pertencente à filha e ao marido.»
A mulher, também professora, a quem Amélia terá confessado este medo, pede anonimato. Contradizendo esta teoria, a advogada Tânia Reis conta que «Amélia disse ter receio apenas do genro, e não da filha. Amélia terá dito ainda que ‘a filha era facilmente manipulada pelo marido’».
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