Angola quer levar história de Mbanza Congo às universidades
O Governo angolano quer utilizar a cidade de Mbanza Congo, classificada desde 2016 como património da Humanidade, em beneficio das populações da região
O Governo angolano quer utilizar a cidade de Mbanza Congo, classificada desde 2016 como património da Humanidade, em beneficio das populações da região, avançando nomeadamente com uma disciplina universitária específica, disse hoje a ministra da Cultura.
A ministra Carolina Cerqueira falava hoje, em Luanda, numa cerimónia oficial, tendo garantido que a realização do festival FestiCongo, sobre a cultura dos povos do antigo Reino do Congo, consta do vasto programa de valorização daquela cidade, capital da província do Zaire, e um dos desafios do setor da Cultura em 2018.
“Vamos ter o FestiCongo em Mbanza Congo, todos nós somos Mbanza Congo e cada um deve sentir que a expansão, valorização e sua internacionalização é uma tarefa de todos nós”, apontou.
Ao fazer o balanço cultural de 2017 e de apresentação de perspetivas e desafios para 2018, a ministra explicou que, no quadro da valorização da cidade de Mbanza Congo, a inserção de uma disciplina universitária sobre o Reino do Congo, cujo património foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
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“Vamos encontrar uma forma de trabalhar com a UNESCO, para encontramos uma forma de termos uma cadeira na Universidade Agostinho Neto [Luanda] sobre o Reino do Congo. E temos já garantias da UNESCO para encontrarmos monitores para este propósito”, sublinhou.
A Comissão de Património Mundial da UNESCO declarou a 08 de julho de 2016 o centro histórico da cidade de Mbanza Congo, norte de Angola, como património mundial.
A secular cidade angolana de Mbanza Congo foi candidatada pelo Governo angolano a Património Cultural da UNESCO, sendo a primeira validada no país por aquele organismo da ONU.
O projeto “Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar”, que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007.
A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.
A área classificada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.
Segundo Carolina Cerqueira, a valorização e dignificação das figuras históricas será outra prioridade do Ministério da Cultura, defendendo por isso trabalho conjunto com o Ministério da Educação para a “inserção dos nomes dos reis, rainhas e de combatentes angolanos nos manuais escolares”.
Carolina Cerqueira apontou a necessidade de trabalhar para que as línguas nacionais tenham o papel relevante ao nível da Cultura angolana: “tive já a ocasião de anunciar o Prémio Nacional das Línguas Nacionais que começará a ser tratado já este ano”.
“Vamos também fazer o resgate dos vários instrumentos musicais de todo o país”, observou.
No capítulo da proteção dos artistas e profissionais de Cultura, a governante entende que a classe artística nacional “deve estar unida”, garantindo que a defesa será feita através de uma carteira profissional e de um fundo.
“E temos de deixar de pensar que o Ministério da Cultura que tem de resolver esses problemas. O Ministério da Cultura serve de elo e instrumento que vai sensibilizar para chamar a atenção de outras instituições para a necessidade que há de valorizar os homens e mulheres da Cultura”, sustentou.
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