Bairro da Jamaica. Novas suspeitas reabrem queixas contra polícias

Juiz de instrução criminal do tribunal do Seixal está agora a analisar o requerimento de abertura de instrução.

Bairro da Jamaica. Novas suspeitas reabrem queixas contra polícias

Os cinco morados do Bairro da Jamaica, no Seixal, envolvidos nos incidentes de janeiro de 2019 contestam agora a acusação do Ministério Público. De acordo com o Diário de Notícias, a magistratura acusou quatro dos moradores e um polícia que terá aparecido no vídeo a agredir os moradores, mas os mesmos dizem que o ferimento do agente da autoridade terá sido provocado por uma bastonada de um dos colegas. A mesma publicação adianta que o  juiz de instrução criminal do tribunal do Seixal está agora a analisar o requerimento de abertura de instrução.

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Confrontos agravaram a fama do Bairro da Jamaica

Um vídeo com imagens de confrontos entre moradores e policiais ocorridos a 20 de janeiro do ano passado correu as redes sociais e levou às primeiras páginas a Rua 25 de Abril do Vale de Chicharros, conhecido por Bairro da Jamaica, na freguesia da Amora, distrito de Setúbal. Em janeiro de 2019, os confrontos entre moradores e agentes policiais agravou a fama do Bairro da Jamaica. Atualmente, vivem aqui menos 62 famílias, que foram realojadas, mas que voltam sempre que podem para matar saudades.

O racismo foi o substantivo mais utilizado nos dias seguintes aos confrontos, aos quais se seguiram manifestações violentas em outras zonas da Grande Lisboa de jovens, que protestavam contra a perseguição policial, mas das quais os habitantes do Bairro da Jamaica se demarcaram. No seguimento destes eventos no Bairro da Jamaica os habitantes foram surpreendidos com a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Ministério Público deduziu acusação contra uma família (mãe e três filhos) e um agente da PSP.

Hoje, os incidentes são assunto de difícil abordagem para quem ainda vive naqueles prédios inacabados que começaram a ser ocupados nos anos 1990, nomeadamente por cidadãos oriundos de países africanos de língua portuguesa. Essa dificuldade deve-se à má fama do bairro, que ficou ainda pior após as notícias dos confrontos, a qual chega mesmo a ser uma barreira na hora de arranjar emprego.

Texto: Joana Ferreira com Lusa

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