Bastonário defende solução rápida para problema das urgências de Lisboa Norte
O bastonário da Ordem dos Médicos considera preocupante a falta de médicos especialistas na urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, defendendo que situação tem de ser resolvida rapidamente.
O bastonário da Ordem dos Médicos considera preocupante a falta de médicos especialistas na urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, defendendo que rapidamente tem de ser resolvida porque a maior urgência do país não pode fechar. Em declarações aos jornalistas após uma visita ao hospital de Santa Maria, Miguel Guimarães declarou que “as equipas têm falta de especialistas” e que é preciso ouvir o “grito de alerta” dos chefes de serviço que assinaram um documento escusando-se de responsabilidade por incidentes que a falta de médicos possa provocar.
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Equipas têm falta de médicos especialistas
Estas “equipas desfalcadas” têm falta de médicos especialistas e são preenchidas com jovens médicos internos que “precisavam de mais apoio de especialistas”. O hospital de Santa Maria acaba por ser o último recurso permanente para receber doentes mais complexos e a quantidade de pessoas que recebe diariamente – pelo menos 600, segundo Miguel Guimarães – tornam urgente a solução.
“Quer esta urgência quer a urgência de São José [com 300 a 400 pessoas por dia] têm que se manter abertas, servem uma população imensa”, salientou o bastonário da Ordem dos Médicos (OM). O que se pode fazer desde já é, de acordo com sugestões feitas pelos médicos da Urgência que falaram com o bastonário, é repor as 12 horas dos turnos de trabalho na urgência – atualmente são 18 – e fazer com que haja mais horas de trabalho efetivo contadas como extraordinárias, reivindicações dos sindicatos nos últimos anos.
Seis milhões de horas extraordinárias não foram pagas
O ano passado, os médicos portugueses fizeram seis milhões de horas extraordinárias que não foram pagas, indicou Miguel Guimarães, e este trabalho deve ser pago “como se paga às empresas prestadoras de serviços”. Os médicos do SNS “estão a ganhar muito menos do que ganham os médicos contratados por empresas de prestação de serviços para fazer exatamente o mesmo serviço, às vezes sem terem especialidade”, adiantou o bastonário da OM.
Avançar já com estas medidas seria “repor a justiça em pessoas com igual responsabilidade no serviço de urgência” e “motivar as pessoas a fazerem mais trabalho extraordinário do que fazem”, considerou. O bastonário referiu que a solução de fundo será contratar mais médicos e tornar mais atrativo o trabalho nos hospitais para os jovens especialistas porque “o principal problema do Serviço Nacional de Saúde [SNS] é o capital humano”.
Vagas preenchidas por médicos de outros países
“Não adianta nada os políticos dizerem que temos mais médicos e mais enfermeiros no SNS. As necessidades de saúde aumentaram muito nos últimos anos e a esperança média de vida e a carga de doença crónica também aumentaram bastante”, notou. Agregar urgências numa só unidade hospitalar para resolver as carências das outras resulta quando se trata de “urgências mais pequenas” e só para algumas especialidades, como cirurgia vascular ou oftalmologia, e não medicina interna, a principal carência de Santa Maria, indicou.
Miguel Guimarães referiu que as vagas para novos médicos são parcialmente preenchidas por médicos de outros países europeus – de 300 a 400 por ano – que vêm a Portugal fazer o exame de especialidade. “Se as vagas que existem para especialidades médicas fossem apenas para os médicos formados nas escolas médicas em Portugal, tinham todos acesso a especialidades e ainda sobravam vagas”, afirmou.
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