Investigador diz que esfaqueamento de Bolsonaro beneficiou candidato a nível eleitoral

O investigador brasileiro da Universidade do Minho Sergio Denicoli afirmou hoje, em entrevista à agência Lusa, que o candidato de extrema-direita às presidenciais brasileiras, Jair Bolsonaro, saiu beneficiado a nível eleitoral do esfaqueamento que sofreu.

Investigador diz que esfaqueamento de Bolsonaro beneficiou candidato a nível eleitoral

“Quando ocorreu o episódio, o volume de menções ao Bolsonaro nas redes (sociais) foi cinco vezes maior do que o segundo candidato mais mencionado, neste caso o Lula. Ou seja, ele passou a dominar a agenda de tudo o que estava circulando nas redes sociais”, afirmou Denicoli, acrescentando que “isso, certamente, foi vantajoso para ele porque foi o candidato com mais visibilidade”.

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Através de sistemas de inteligência artificial, Sergio Denicoli, que também é diretor da AP/Exata, uma empresa de inteligência digital e análise de dados, analisa as emoções dos eleitores brasileiros presentes nas redes sociais, determinando a evolução de cada candidato.

“Analisamos também o humor dos brasileiros nas redes e o episódio (ataque a Bolsonoro) mostrou que a raiva estava muito acentuada, assim como a tristeza. A tristeza, para o Brasil, acaba por se tornar numa comoção e isso reflete-se de forma positiva na imagem do candidato. Tanto que as pesquisas de opinião feitas depois do episódio mostraram o crescimento dele e uma diminuição da rejeição”, referiu o investigador da Universidade do Minho.

A tecnologia de análise de emoções utilizadas nesta pesquisa foi desenvolvida no âmbito de um pós-doutoramento de outro investigador da mesma universidade portuguesa.

Jair Bolsonaro, candidato do Partido Social Liberal (PSL) foi atingido por uma facada durante um ato de campanha em Minas Gerais

Jair Bolsonaro foi atingido a 05 de setembro por uma facada durante um ato de campanha em Minas Gerais, lidera a corrida eleitoral de outubro, com 22% das intenções de voto.

Na campanha, Bolsonaro defende os valores tradicionais da família cristã, o porte de armas e ‘prega’ que o combate à violência no Brasil, país que atingiu a marca de 63.800 homicídios em 2017, deve ser feito de forma violenta pelas autoridades.

A polícia brasileira deteve o autor confesso do ataque, que disse ter agido “sob o comando de Deus” e atribuiu o crime às suas diferenças políticas e religiosas com a extrema-direita.

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