Bosch garante que venda da fábrica de Ovar não ameaça postos de trabalho
A multinacional alemã Bosch garantiu hoje que a anunciada venda da fábrica de Ovar não afetará os 1.200 postos de trabalho ali existentes e justificou a alienação com a aposta em negócios onde a empresa está na liderança.
“A Bosch quer estar no ‘top’ 3 dos negócios onde está. Em negócios pequenos não somos competitivos”, afirmou o representante da Bosch em Portugal, Carlos Ribas, em conferência de imprensa no Porto, para apresentação dos resultados do ano fiscal de 2023.
Garantindo que a empresa quer “encontrar comprador dentro dos parâmetros da Bosch e com estratégia para o futuro” da unidade de Ovar, o responsável disse não estarem em risco os empregos ali existentes.
“Não prevemos que estejam em causa postos de trabalho. Quem fica mantém as condições que tinha com a Bosch”, afirmou Carlos Ribas, detalhando que, “durante algum período de tempo, haverá garantias de negócio” e serão estabelecidos “protocolos sobre como vai ser gerida a separação da fábrica”.
“Queremos que pessoas fiquem lá a trabalhar”, reiterou.
A intenção de alienar a fábrica de Ovar foi anunciada pela Bosch em outubro do ano passado, na sequência da reestruturação da sua divisão de Building Technologies para se focar no mercado de integração de sistemas.
“A decisão irá afetar cerca de 4.300 colaboradores em mais de 90 localizações em todo o mundo, incluindo cerca de 1.200 colaboradores em Ovar”, avançou, na altura, a Bosch em comunicado.
Na conferência de imprensa de hoje, Carlos Ribas afirmou que o impacto da alienação da unidade de Ovar “será a perda da faturação daquela fábrica” e salientou que Portugal assume uma “posição estratégica” para o grupo Bosch.
“Portugal não é apenas um país de manufatura, que é muito importante, mas é cada vez mais um país de conhecimento, desenvolvimento, inovação e serviços “, enfatizou.
Com vendas de 2.100 milhões de euros no ano fiscal de 2023, mais 1,7% face a 2022, a Bosch Portugal criou 450 novos empregos no país no exercício passado e diz ter atualmente “algumas centenas” de vagas em aberto nas várias unidades do grupo no país.
A Bosch tem fábricas em Braga, Aveiro e Ovar e um centro de serviços em Lisboa, onde emprega 3.700, 1.600, 1.200 e 650 trabalhadores, respetivamente.
PD // CSJ
By Impala News / Lusa
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