Brasil, Azerbaijão e Emirados pedem ambição nas metas climáticas e financiamento
Azerbaijão e Emirados Árabes Unidos e Brasil – anfitrião da Cimeira do Clima de 2025, a COP30, que se realiza em novembro na cidade de Belém, na Amazónia brasileira – destacaram a necessidade de “ampliar as ambições climáticas”, o financiamento e a cooperação internacional”

Brasília, 28 fev 2025 (Lusa) – Brasil, Azerbaijão e Emirados Árabes Unidos, anfitriões das Cimeiras do Clima de 2025, 2024 e 2023, respetivamente, destacaram a necessidade de “ampliar as ambições climáticas”, o financiamento e a cooperação internacional”.
Numa declaração conjunta divulgada na quinta-feira, os três países sublinharam a importância de reduzir as emissões de gases poluentes “em 43% até 2030 e em 60% até 2035”.
Nesse sentido, apelaram a ações urgentes para enfrentar a crise climática e promover definitivamente uma transição energética justa.
Os três Estados “apelam a todos os países, setores e organizações internacionais para que expandam e acelerem os seus esforços para cumprir os compromissos assumidos nas cimeiras climáticas anteriores”.
O documento salienta que a Cimeira do Clima, a COP30, que se realiza em novembro na cidade de Belém, na Amazónia brasileira, será decisiva e crucial.
Isto porque coincide com o décimo aniversário da assinatura do Acordo de Paris, que sofreu um novo revés após a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os Estados Unidos do acordo.
Em resposta, Brasil, Azerbaijão e Emirados Árabes Unidos lembraram que a Organização Meteorológica Mundial alertou que em 2024 a temperatura média global esteve mais de 1,5 graus Celsius acima do nível pré-industrial, o que “reforça a urgência de uma ação ambiciosa e coordenada”.
Neste contexto, o trio de países considerou que a COP30 em Belém será “uma oportunidade crucial para demonstrar que a cooperação internacional pode gerar resultados concretos e garantir um planeta habitável para as gerações futuras”.
O Brasil, o Azerbaijão e os Emirados Árabes Unidos reconheceram também o papel fundamental dos governos, do setor privado e da sociedade civil na transformação da matriz energética, com o objetivo de “triplicar a capacidade de energia renovável e reverter a desflorestação”.
“Juntos, podemos moldar o futuro que queremos” e “acelerar ainda mais a implementação de um clima mais ambicioso”, insistiram.
Após uma avaliação do progresso do Acordo de Paris na COP28, no Dubai, e um acordo sobre uma nova meta de financiamento climático para os países em desenvolvimento na COP29, em Baku, o principal objetivo da COP30, em Belém, será discutir novas metas para a redução de gases poluentes.
Os países tinham até fevereiro para apresentar novos compromissos.
Também na quinta-feira, os países do mundo chegaram a um compromisso delicado, em Roma, sobre o financiamento da conservação da natureza, evitando por pouco um novo fiasco para o multilateralismo ambiental.
No terceiro e último dia da COP16 alargada da ONU sobre a biodiversidade, os países ricos e o mundo em desenvolvimento comprometeram-se a aumentar as despesas com a proteção da natureza para 200 mil milhões de dólares (193 mil milhões de euros) por ano até 2030.
VQ (DMC) // CAD
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram