Bruno de Carvalho sobre ataque em Alcochete: «Só soube depois de acontecer»

O ex-presidente do Sporting, Bruno de Carvalho dirigiu-se por iniciativa própria ao DCIAP de Lisboa. O Ministério Público remeteu o caso para o DIAP que irá apreciar o pedido de audição

O ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho apresentou-se esta quinta-feira voluntariamente no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para prestar declarações sobre a invasão à Academia do clube. No entanto, o antigo dirigente não foi ouvido pelo órgão do Ministério Público, mas falou com os jornalistas à porta do DCIAP.

LEIA MAIS: Bruno de Carvalho culpado por «buraco» de 700 mil euros no Sporting

«Tenho 5 anos e meio de Sporting e estou de consciência tranquila», garantiu Bruno de Carvalho. O antigo líder leonino também negou ter sido constituido arguido no processo e anunciou que não recebeu «nenhuma intimação judicial».

«Vim mostrar de forma voluntária a minha disponibilidade para falar. Não tive conhecimento nenhum a não ser que me vieram avisar no escritório que as agressões tinham acontecido em Alcochete. Só soube do ataque depois de acontecer», esclareceu Bruno de Carvalho.

Ministério Público confirma iniciativa de Bruno de Carvalho

“Confirma-se que o advogado de Bruno de Carvalho se apresentou no DCIAP, requerendo que o seu constituinte fosse ouvido no âmbito do processo relacionado com as agressões em Alcochete. O advogado foi informado de que este inquérito é dirigido pelo Ministério Público do DIAP de Lisboa. Neste contexto, advogado dirigiu um requerimento ao DIAP de Lisboa, requerimento, esse, que será apreciado no âmbito do referido processo”, explicou o Ministério Público.

Bruno de Carvalho decidiu apresentar-se neste departamento do Ministério Público, por iniciativa própria, disponibilizando-se para prestar declarações no âmbito do inquérito ao ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, em 15 de maio último, e na sequência de notícias que dão conta de um alegado envolvimento nesta ação.

Esta iniciativa de Bruno de Carvalho ocorre um dia depois de o funcionário do Sporting Bruno Jacinto ter sido ouvido em primeiro inquérito judicial, no âmbito do mesmo processo, e ter ficado em prisão preventiva.

Ataque na Academia do Sporting já conta com 38 arguidos

Detido na terça-feira, Bruno Jacinto, que na altura das ocorrências era oficial de ligação aos adeptos, está indiciado, entre outros, pela prática, em coautoria, de mais de 20 crimes de ameaça agravada, 12 crimes de ofensa à integridade, 20 crimes de sequestro e um crime de terrorismo.

Bruno Jacinto é já o 38.º elemento em prisão preventiva por alegado envolvimento nos incidentes de 15 de maio na academia do Sporting, em Alcochete, em que cerca de 40 alegados adeptos do clube, encapuzados, agrediram alguns jogadores, treinadores e ‘staff’.

Os 38 arguidos que aguardam julgamento em prisão preventiva, entre eles o antigo líder da claque Juventude Leonina Fernando Mendes, são todos suspeitos da prática de diversos crimes, designadamente de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada, sequestro e dano com violência.

Na sequência do ataque à Academia do Sporting, nove futebolistas rescindiram os contratos com o clube

Rui Patrício, Rafael Leão, Daniel Podence, Gelson Martins e Ruben Ribeiro saíram em litígio com o Sporting e transferiram-se para outros clubes. Bas Dost, Bruno Fernandes e Rodrigo Battaglia voltaram atrás na decisão de abandonar o Sporting, enquanto William Carvalho saiu para o Bétis, de Espanha, após acordo do clube espanhol com os ‘leões’.

Já no início deste mês, o Tribunal da Relação de Lisboa manteve em prisão preventiva oito dos suspeitos do ataque, revelou a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa.

O Tribunal da Relação de Lisboa ainda tem de pronunciar-se sobre os restantes recursos interpostos pela maioria dos detidos neste processo.

VEJA AINDA: Noitada de Bd acaba em momento insólito

Impala Instagram


RELACIONADOS