Campanha mundial de testes de despistagem da cólera começou hoje no Maláui
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os seus parceiros anunciaram hoje o início, no Maláui, de uma campanha global de testes de despistagem da cólera, saudando um avanço na luta contra novas infeções.
O Maláui recebeu a sua primeira remessa de testes, afirmou a OMS, dando início a um novo programa global para acelerar a deteção de epidemias.
No total, mais de 1,2 milhões de testes serão distribuídos em 14 países de alto risco durante os próximos meses, afirmou a agência de saúde das Nações Unidas num comunicado.
“Os países que receberão os kits nas próximas semanas, no âmbito desta distribuição mundial, incluem os gravemente afetados por epidemias de cólera, como a Etiópia, a Somália, a Síria e a Zâmbia”, lê-se no comunicado.
O programa é um projeto conjunto, que conta com a Aliança das Vacinas Gavi, responsável pelo financiamento e coordenação, e com o Fundo das Nações Unidas para a Infância, UNICEF, para o fornecimento.
A OMS e a Task Force Mundial para o Controlo da Cólera também estão a prestar apoio.
“Estamos a viver um aumento sem precedentes de casos de cólera em todo o mundo, e o anúncio de hoje dá um impulso decisivo à luta contra a doença”, afirmou Aurelia Nguyen, Chefe de Programas da Gavi, num comunicado.
A cólera, que resulta de uma bactéria, geralmente transmitida através de água ou alimentos contaminados, provoca diarreia e vómitos e pode ser perigosa para as crianças, sobretudo as mais pequenas.
Nos últimos anos, os casos de cólera multiplicaram-se em todo o mundo: em 2022, foram notificados à OMS 473.000 casos, o dobro do número registado no ano anterior, e os dados preliminares indicam que foram notificados mais de 700.000 casos em 2023.
A oferta global da vacina oral contra a cólera aumentou dezoito vezes entre 2013 e 2023, mas a explosão da procura criou, no entanto, uma escassez global, de acordo com o comunicado emitido hoje.
No mês passado, a OMS apelou a uma “ação imediata” para dar resposta à escassez, alertando para uma “pressão sem precedentes sobre as reservas mundiais de vacinas”.
A situação, segundo a OMS, obrigou ao adiamento das campanhas de vacinação preventiva, a fim de preservar as doses para uma resposta de emergência em caso de surto.
ATR // MLL
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram