Mulheres baleadas em Sintra: Idosa de 63 anos ficou com esfera de vidro alojada na mão

Três mulheres foram baleadas esta semana em Sintra. A neta de uma das vítimas conta, em exclusivo, como é que tudo se passou ao Portal de Notícias Impala

Mulheres baleadas em Sintra: Idosa de 63 anos ficou com esfera de vidro alojada na mão

Três mulheres de 17, 47 e 63 anos foram atingidas, no espaço de 24 horas, com tiros de armas de pressão de ar, esta semana, na zona de Sintra. As balas utilizadas foram «pequenas esferas de vidro» e os ataques foram todos realizados a partir de um carro com vidros esfumados. Todos os casos deram-se na via pública.

RECORDE: Mulheres atingidas com arma de pressão de ar em Sintra

Filipa Silva, de 21 anos, é neta da vítima mais velha. De acordo com a jovem, a avó, residente em Mem Martins, foi fazer a sua caminhada diária por volta das 17h30, na passada terça-feira, dia 23 de outubro, quando se deu o ataque. A mulher, funcionária da Tabaqueira, estava passava pelo Canil Municipal de Sintra, na Avenida Almirante Gago Coutinho, que liga Ouressa à Portela, e, sem que nada previsse, foi baleada numa das mãos. 

«Por acaso, nesse dia, a minha prima decidiu ir com a minha avó caminhar. Aconteceu tudo muito rápido, primeiro ouviram um estrondo e depois viram a mão da minha avó cheia de sangue. Só tiveram tempo de ver um carro com vidros escuros a fugir. Não conseguiram tirar a matrícula», conta Filipa.

A outra familiar que acompanhava a vítima também sofreu um ferimento ligeiro, tendo em conta que a bala que atingiu a mulher de 63 anos, «passou primeiro de raspão nas suas costas»

A mulher, que ficou gravemente ferida na mão foi imediatamente assistida pelos Bombeiros Voluntários Sintra, que foram chamados ao local. «Um dos bombeiros que tratou da minha avó disse que estava tudo bem com a mão dela, que a ferida era superficial. Fez-lhe um penso e não percebeu que a bala ainda estava lá dentro. De seguida, foi vista no Serviço de Urgência Básica de Algueirão Mem-Martins que a encaminhou para o Hospital Amadora Sintra para ser operada à mão», recorda.

Ao contrário do que tinha sido inicialmente observado, a bala estava efectivamente alocada dentro da mão da vítima e teve de ser removida cirurgicamente. «A minha avó saiu na manhã seguinte do hospital, no entanto está de baixa e o cenário é preocupante, pois quando foi trocar de penso, ainda esta semana, o ferimento estava infetado e a alastrar-se para o pulso», explica.

Sem certezas das consequências que o disparo vai ter na sua saúde, a segunda vítima baleada naquele dia também apresentou queixa do operacional dos bombeiros que a socorreu inicialmente. «A infeção ou deve-se a um componente da bala ou ao facto de ter estado demasiado tempo dentro da mão. Se for esse o caso, a culpa é do bombeiro que ligou a minha avó precipitadamente», lamenta.

«A minha avó é a única das vítimas que prosseguiu com a queixa na polícia»

Apesar de ter feito queixa à polícia logo após o ataque, a vítima foi entregar à PSP a «esfera de vidro» que foi removida durante a operação para ser analisada e anexada ao caso como prova. «A minha avó é a única das vítimas que prosseguiu com a queixa na polícia. Apesar de as descrições de todas as vítimas serem idênticas, ainda não há suspeitos».

Contudo, enquanto a investigação decorre, a neta garantiu que mesmo «assustada» com a situação, a avó não irá «deixar de fazer as suas caminhadas, como sempre fez».

«É importante alertar as pessoas. Pode voltar a acontecer a qualquer um. Foi com a minha avó hoje, pode ser com qualquer pessoa amanhã», declara Filipa.

A Portal de Notícias Impala ainda tentou obter esclarecimentos por parte da PSP, mas ainda não obteve qualquer resposta.

 

 

 

Impala Instagram


RELACIONADOS