Cerca de 1,7 toneladas de plástico minúsculo recolhido nas praias da Galiza
Cerca de 1,7 toneladas de minúsculas bolas de plástico caídas ao mar em águas portuguesas em dezembro foram até agora recolhidas nas costas da Galiza, disse hoje o governo da região espanhola.
Um cargueiro perdeu em 08 em dezembro, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, mais de mil sacos com 26,2 toneladas destes plásticos, conhecidos como ‘pellets’, que estão a dar à costa no norte de Espanha, sobretudo, na Galiza, desde o início do ano.
Até agora, as equipas de limpeza espalhadas por dezenas de praias galegas recolheram o equivalente a 70,7 dos sacos caídos ao mar, que tinham cada um 25 quilogramas de ‘pellets’, disse hoje a conselheira com a pasta do Ambiente no governo regional da Galiza (conhecido como Xunta).
Segundo Ángeles Vázquez, que falava numa audição no parlamento galego, em Santiago de Compostela, a estimativa é que 90% dos plásticos perdidos em 08 de dezembro ainda esteja no mar e reiterou que a expectativa é que aumente a quantidade que chega às praias nos próximos dias, atendendo às previsões de meteorológicas e das correntes e marés.
A também vice-presidente da Xunta disse que 300 pessoas integram as equipas de limpeza da costa, a que se juntam voluntários e trabalhadores de municípios.
Além dos ‘pellets’, foram recolhidos outros 1.197 quilogramas de plásticos das praias galegas desde 03 de dezembro, explicou.
Ángeles Vázquez reiterou que todas as análises e relatórios pedidos pela Xunta na última semana indicam que os ‘pellets’ são plástico comum, usado na indústria, e não são perigosos, embora representem um perigo ambiental, “como todos os plásticos”, que não são biodegradáveis.
A conselheira do Ambiente revelou que pescadores encontraram nos últimos dias pelo menos três sacos de ‘pellets’ a boiar no mar e voltou a pedir ao Governo central de Espanha que faça esforços para recolher “a maior quantidade possível de sacos” na água, antes de se romperem e de se espalharem minúsculas bolas pelos areais.
A intervenção no mar cabe ao Governo de Espanha, enquanto nas praias a tutela é do executivo regional.
O Governo espanhol já disse que é impossível recolher os ‘pellets’ no mar, pela sua dimensão (têm menos de 5 milímetros de diâmetro) e por serem invisíveis na água.
Madrid também garantiu que foram já feitos voos por serviços de vigilância da costa e não é possível identificar ou localizar os sacos e os ‘pellets’ no mar.
Este caso, e quando falta cerca de um mês para as eleições regionais na Galiza, tem estado marcado por troca de acusações entre os dois governos – o galego liderado pelo Partido Popular (direita) e o central liderado pelos socialistas – relacionadas com as comunicações e as responsabilidades na resposta ao problema.
MP // SCA
By Impala News / Lusa
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